Vereador faz retrospectiva sobre denúncias de suposto desvio de verbas em obras de revitalização da Lagoa
O vereador Bruno Farias (PPS) usou o tempo destinado ao seu pronunciamento e ao de Humberto Pontes (Avante) para fazer uma retrospectiva, esmiuçando detalhes referentes às investigações que apuram suposto desvio do erário público a partir das obras de requalificação do Parque da Lagoa Solon de Lucena. O cartão postal da Capital paraibana permeou as discussões da maioria dos parlamentares, durante a sessão ordinária desta quarta-feira (13), na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP).
Buno Farias comentou que, quando a polêmica iniciou, espalhou-se a informação de que 200 mil toneladas de resíduos teriam sido extraídas da Lagoa, o que corresponderia ao lixo produzido por toda João Pessoa em um ano.
“Em dezembro de 2015, a Controladoria-Geral da União (CGU) publicou um relatório e, pasmem, constatou o suposto desvio de R$ 10 milhões, ocasião em que a Prefeitura desqualificou os auditores da CGU alegando que eles não saberiam de nada, teriam comprometimento político e que não saberiam escrever um ‘o’”, relembrou Bruno Farias.
O vereador lembrou que a Prefeitura estava prestes a receber recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) quando alegou-se que haveria incoerência a respeito “da quantidade do roubo, se R$ 10 milhões ou 6,5 milhões, sugerindo-se um pagamento de um caução, um depósito de garantia”.
“Se a Advocacia-Geral da União (AGU) tá dizendo que podemos depositar em juízo uma garantia, então foi feito. E a Prefeitura teria depositado, conseguindo se livrar da negativação perante o Cadin, mantendo seu nome limpo. Quem neste planeta é acusado de uma falcatrua, injustamente, de dever injustamente a alguém ou a algo, e de maneira graciosa, voluntária e espontânea, deposita R$ 2,6 milhões de garantia?”, indagou Bruno Farias.
Ao realizar a denúncia, Bruno Farias destacou que, “o que seria mais grave é que esses R$ 10 milhões, R$ 6 milhões ou os R$ 2,6 milhões apontados em sua fala, teriam sido desviados para o bolso de alguém, e seria isso que a polícia estaria tentando descobrir”.
Apartes
Em aparte, Humberto Pontes (Avante) atestou que o pronunciamento de seu par foi uma aula sobre o caso da Lagoa. “O interessante é que, quando a situação soube que Vossa Excelência faria esta fala, esvaziou o plenário. Entendo os vereadores da situação, o que fazer neste plenário, sabendo dessas informações, sem terem como responder algo?”, contestou.
Já Leo Bezerra (PSB) disse achar que a voz da oposição mais indicada para esse debate e fazer o contraponto com a Prefeitura seria Bruno Farias. “A maior beneficiada com a discussão é a população. Vamos cobrar respostas da comissão da Prefeitura que analisa o caso e respostas de onde estaria o dinheiro depositado em juízo. Já se passaram dois anos e ainda não temos respostas sobre a possibilidade de fraude ou não”, finalizou o debate, o líder oposicionista na CMJP.
Antecedendo o discurso de Bruno Farias, o líder situacionista vereador na Casa, Milanez Neto (PTB), deu justificativas para algumas críticas realizadas durante a sessão.