“Brasil amanheceu de luto”, afirma vereador

por Clarisse Oliveira — publicado 16/03/2016 21h00, última modificação 16/07/2019 12h09
Raoni Mendes (DEM) lamentou a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil

O vereador Raoni Mendes (DEM) afirmou que o Brasil amanheceu, nesta quinta-feira (17), de luto após a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil. O parlamentar lembrou, em seu pronunciamento na tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), que, no final da tarde da quarta-feira (16), o juiz Sérgio Moro quebrou o sigilo telefônico no processo que investiga o ex-presidente.

“O Brasil hoje amanhece de luto. Lembro aquele discurso de 1988, no qual Lula, o sindicalista, gritava: 'Pobre, quando rouba, vai para a cadeia; rico, quando rouba, vira ministro'. A profecia acontece hoje. Para quem escutou as conversas gravadas, Lula e a presidente Dilma Rousseff (PT) demonstraram todo o seu desrespeito às instituições. Foram sarcásticos e desonestos com nosso povo”, declarou Raoni Mendes.

O parlamentar destacou que, independentemente de quem seja investigado, todo processo deve ser continuado e concluído. “O que temos visto no Congresso Nacional é o impedimento de investigações. Golpe é não permitir que sejam investigados os desvios da Petrobras”, destacou.

“O discurso de hoje é de dizer não à corrupção, não à permissibilidade. E, se roubou, que pague. Seja o PMDB, o DEM, o PT, seja qualquer partido ou qualquer pessoa. Não podemos concordar com tamanha corrupção instalada. Em nível nacional, não podemos admitir um presidente da Câmara dos Deputados como Eduardo Cunha, ou do Senado como Renan Calheiros, além de tantos Lulas, Dilmas e Aécios roubando dinheiro público”, enfatizou.

O vereador Bruno Farias (PPS) se acostou ao pronunciamento de Raoni Mendes. “Lula se sente dono do País, querendo calar as instituições. Aquele que já foi um líder não passa agora de um engodo. Aqui não pode haver distinção partidária, se bandidos corruptos e ladrões estiverem no meu partido, que eles estejam atrás das grades. Não pode haver seletividade nas investigações”, afirmou.

Já os vereadores Fernando Milanez (PMDB) e Fuba (PT) discordaram do oposicionista e de Bruno Farias. O peemedebista destacou que não é a favor de grampos telefônicos ilegais, nem de golpe de Estado. “Aplaudir grampos ilegais? Não é a justiça que um jurista prega. Não vai haver golpe. E, se houver, tenho pena de Vossas Excelências, que vão passar muito tempo sem pisar em uma Casa Legislativa, porque elas vão fechar”, ressaltou Fernando Milanez.