“Há muito o que se fazer para política e educação caminharem juntos no Brasil”, avalia cientista político

por Clarisse Oliveira — publicado 23/11/2017 22h00, última modificação 18/07/2019 14h39
O padre e professor emérito da Universidade de Brasília (UnB) José Carlos Brandi Aleixo proferiu palestra sobre 'Política e Educação no Brasil', na manhã desta sexta-feira (24), na CMJP

“A política faz parte da nossa natureza”, discursou o padre e cientista político José Carlos Brandi Aleixo, parafraseando Aristóteles quando disse que o homem é um animal político. A palestra proferida pelo professor emérito da Universidade de Brasília (UnB), sobre 'Política e Educação no Brasil', na manhã desta sexta-feira (24), fez parte do ciclo de palestras ‘Câmara Aberta: diálogos da democracia’, que marca os 70 anos de reinstalação do Poder Legislativo da capital paraibana.

A mesa dos trabalhos foi composta pelo vereador Bispo José Luiz (PRB), que presidiu os trabalhos; pelo segundo vice-presidente da Casa, vereador João dos Santos (PR), pelo palestrante José Carlos Brandi Aleixo; pelo professor Moaci Alves Carneiro; e pela secretária adjunta da Educação do Município, Maria América Castro. O vereador Dinho (PMN), servidores da Casa e demais cidadãos também compareceram à apresentação.

 

Para o palestrante, o grande número de analfabetos indica que o país tem um longo caminho para unir a política e educação. “Tem muito o que se fazer para que a política e a educação caminhem juntos no Brasil, porque temos um número alto de analfabetos, pessoas que não tiveram ou não têm possibilidade de ir a uma escola próxima. Então, ainda temos que progredir muito com escolas que devem ser erigidas em benefício da população”, afirmou.

José Aleixo ressaltou que a política está relacionada com todos os setores, até com Medicina e Geografia, por exemplo. E que há uma interação entre política e educação. Ele destacou o caso de um prefeito analfabeto de Pernambuco que, em 1998, ganhou um prêmio de gestor que fez mais pela educação no Brasil.

 

“Em entrevista que ele deu na revista Veja, ele explica: 'Exatamente porque eu sou analfabeto, só sei escrever meu nome, eu valorizo a educação. Por isso coloquei como prioridade na minha administração, mais escolas, melhores condições para as crianças estudarem, melhores salários etc.'. Então, temos que fazer muito ainda no sentido de melhorar o nível da nossa educação para satisfazer as exigências do país”, relatou.

O Bispo José Luiz destacou a importância da série de palestras que estão sendo realizadas em comemoração aos 70 anos de reinstalação do Poder Legislativo na capital paraibana. “É uma alegria muito grande receber o padre e professor José Aleixo, que trouxe uma palestra de alto nível, muito esclarecedora e importante. Política e educação têm tudo a ver. Acho que cada palestrante que chega nesta Casa com estas palestras só vem enaltecer o Legislativo”, afirmou.

 

Sobre o palestrante

José Carlos Brandi Aleixo nasceu em Belo Horizonte (MG), em 28 de setembro de 1932. Filho do escritor Pedro Aleixo, possui graduação em Filosofia pela Faculdade Pontifícia de Nova Friburgo (1955); graduação em Letras Clássicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1957); graduação em Teologia pela Universidad Pontificia Comillas (1962); especialização em Integração Européia pela College d’Europe (1974); especialização em Curso Superior de Guerra pela Escola Superior de Guerra (1975); e doutorado em Political Science pela Georgetown University (1968).

Fez mestrado e doutorado em Ciência Política e licenciatura em Teologia, Filosofia e Letras Clássicas. Professor universitário, foi chefe de departamentos, diretor da Faculdade de Estudos Sociais Aplicados da UnB, vice-presidente da Sociedade Bolivariana de Brasília e diretor do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais.

Pertencente à Academia Marianense de Letras, à Academia Brasiliense de Letras, à Academia Mineira de Letras, à Associação Nacional de Escritores, ao Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, à Academia Norte-Americana de Língua Espanhola e ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.