“Impeachment sem investigação é golpe”, defende vereador
O vereador Fuba (PT) defendeu que “impeachment sem crime é golpe”. Ele se referiu, na manhã desta quinta-feira (14), ao processo pelo qual passa a presidenta da República, Dilma Roussef (PT). Durante pronunciamento, na Câmara Municipal de João pessoa (CMJP), ele salientou que, dos 38 deputados a favor do afastamento da chefe do Executivo Federal, 35 são suspeitos de cometerem crime de corrupção, como lavagem de dinheiro, pagamento de propina e crime de responsabilidade fiscal.
“O que está acontecendo no Brasil é um absurdo nunca visto antes. O impeachment está sim na Constituição, mas desta forma não. Impeachment sem crime é golpe, e a sociedade já começa a perceber o que está acontecendo no País. Vimos, desde que Dilma foi eleita, que ela ganhou, porém 'não levou', pois o Congresso não permitiu que ela governasse como deveria”, destacou Fuba.
O parlamentar se referiu ao pedido de recontagem de votos do pleito presidencialista feito pelo PSDB após o anúncio do resultado das eleições. “Depois, houve a eleição do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB) - patrocinada pelos Estados Unidos, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), pelo PSDB, e pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) -, para que ele formasse uma bancada no Congresso, já conspirando por um golpe”, comentou Fuba.
O vereador ainda acrescentou: “Eduardo Cunha é um corrupto que está sendo julgado com provas concretas. O vice-presidente do Brasil, Michel Temer; o presidente do Senado, Renan Calheiros; o deputado Aécio Neves, todos têm crimes de corrupção e estão querendo retirar a presidenta do poder. Absolutamente, isso é um golpe”, enfatizou Fuba.
Impeachment de Dilma é diferente do de Collor
Para o parlamentar, o caso da presidenta é diferente do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo, que foi investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). “Neste caso, comprovaram haver desvio de dinheiro e o escândalo com PC Farias, entre outras irregularidades”, relembrou o vereador.
Outro argumento de Fuba é o de que a exploração da Operação Lava Jato como agravante na questão do impeachment da presidenta é um equívoco. “Ela está sendo processada por pedaladas fiscais, algo que todos os presidentes do Brasil fizeram, como prefeitos e governadores também. Estão querendo justificar o caso 'com uma agulha no palheiro' e rasgando a Constituição”, opinou.
Dos 38 deputados a favor, 35 são suspeitos de cometerem crime de corrupção
Fuba ainda citou que, dos 38 deputados que votaram a favor do impeachment de Dilma, 35 são comprometidos por crimes de corrupção. “São casos de lavagem de dinheiro, propina e crime de responsabilidade fiscal. É este o Brasil que queremos? Creio que os deputados pagarão um preço muito caro e seus nomes ficarão manchados na História do Brasil, assim como setores do Judiciário e o juiz Sérgio Mouro também pagarão”, alegou o parlamentar.
Em seu discurso, Fuba ainda indagou a todos os presentes no Plenário da CMJP quem não se lembrava que, há dois anos, telefones de pessoas-chave do Governo, no Congresso Nacional, foram grampeados por americanos. “Eles querem nosso pré-sal. São U$ 8 trilhões, quase metade da dívida externa deles, que estão em conta. Acho que estamos entregando o Brasil na mão deles”, considerou.
No fim do discurso, o parlamentar citou que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), sindicatos, movimentos sociais, “todos, estaremos nas ruas próximo domingo (17), conscientizando as pessoas”. “Domingo não vai ter golpe”, garantiu.