“O 'Escola sem Partido' não tem viés fascista”, defende vereadora sobre projeto que divide opiniões

por Clarisse Oliveira — publicado 29/03/2017 21h00, última modificação 02/07/2019 15h49
Eliza Virgínia (PSDB) esclarece pontos sobre PL que, segundo a parlamentar, foram distorcidos por sindicato

A vereadora Eliza Virgínia (PSDB) usou seu pronunciamento, na manhã desta quinta-feira (30), para detalhar pontos do Projeto de Lei de sua autoria denominado 'Programa Escola sem Partido'. Segundo a parlamentar, o conceito foi distorcido em notaemitida pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de João Pessoa (Sintem).

Eliza Virgínia explicou que seu PL, sobre o Sistema Municipal de Ensino, não visa a amordaçar os educadores, nem é compatível com a ditadura, como descrito na nota da instituição. “O projeto tem como base principal o pluralismo de ideias, ou seja, todas as visões sobre determinado tema precisam ser tratados de maneira justa e igual”, afirmou a vereadora.

A parlamentar ainda discordou que o programa teria viés conservador e ideologias fascista e reacionária. “Foram afirmações levianas e sem fundamentação que o Escola sem Partido teria viés de ideologia fascista. Repudio veementemente toda forma de manifestação do fascismo em qualquer âmbito”, enfatizou.

Para a vereadora, o professor não deve se aproveitar da audiência cativa dos alunos para promover os próprios interesses. De acordo com ela, isso acontece quando há doutrinação ideológica dos educadores sobre os alunos.

“É inegável o fato de que há doutrinação político-partidária em sala de aula por parte dos maus docentes. A maioria dos professores são bitolados numa ideologia que vem do marxismo cultural, desenvolvida por autores de esquerda. É um patrulhamento ideológico absurdo! Queremos que nossos alunos tenham pensamento crítico e que todas as correntes tenham peso e medidas iguais”, explicou.

Os vereadores Lucas de Brito (PSL) e Helton Renê (PC do B) defenderam que o projeto precisa ser mais discutido em plenário, aprofundando o tema. A vereadora Sandra Marrocos (PSB) e o vereador Marcos Henriques (PT) criticaram o programa.

Contraponto

“É uma matéria mal redigida e perseguidora, que criminaliza os professores. Ano passado, este projeto tramitou na Casa e foi considerado inconstitucional pela Comissão de Constituição e Justiça”, lembrou Sandra Marrocos, que fez uso da tribuna da Casa para se posicionar contra a aprovação do projeto, afirmando que se depender dela, a matéria não passa.

Sandra Marrocos informou, ainda, que há um parecer elaborado por professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) condenando o projeto, e que mais de 80 entidades e personalidades assinaram uma nota de repúdio à iniciativa.