8 de Março: vereadoras revelam os desafios da vida pública e doméstica
No Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta sexta-feira (8), as vereadoras da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) revelaram um pouco sobre suas histórias e lutas em cada bandeira. Eliza Virgínia (PP), Helena Holanda (PP), Raíssa Lacerda (PSD) e Sandra Marrocos (PSB) também deixaram mensagens de força e empoderamento para as mulheres. Em comum, as parlamentares apontam alguns avanços e conquistas, além de muitos desafios.
Filha de Janira Marrocos, a vereadora Sandra Marrocos (PSB) veio do sertão para a periferia de João Pessoa e desde cedo começou a militância. A maternidade também veio cedo, é mãe de uma filha e dois filhos. “Minha história de ser mulher, passando por vários espaços, como o movimento estudantil, o movimento feminista, o movimento de mulheres, me fez ser quem sou hoje e ter a responsabilidade de, nesse momento histórico, representar as mulheres”, afirmou a parlamentar. Ela lembrou que, quando foi mãe, enfrentava a tripla jornada: estudar, trabalhar e ser mãe solo.
Sandra Marrocos lamentou a epidemia de feminicídio na Paraíba, e disse que ela é a consequência de tantas mulheres que lutaram por direitos como o de votar e ser votada, de ocupar espaços públicos, de ter acesso a creches, de exercer sua sexualidade, ou seja “o direito de ser mulher dona de si, senhoras das nossas histórias nas mais diversas escolhas”. “Contem com meu mandato, com a minha voz, no fortalecimento e empoderamento da cidadania das mulheres. Vamos construir um mundo junto com os homens, mas um mundo em que as mulheres sejam incluídas”, concluiu.
A vereadora Helena Holanda desde cedo começou a trabalhar em prol das pessoas com deficiência e idosos, no sentido de promover qualidade de vida para essas pessoas, independente das suas limitações. “Fui conquistando cada espaço, trazendo junto comigo as demandas de mulheres pobres, de mulheres negras, de mulheres sem visão, sem audição, sem o direito de andar, de idosas, que são abandonadas pelos seus filhos”, elencou.
“Nunca fui uma mulher com grandes condições financeiras. Lutei, passei por momentos difíceis, por momentos de desafios, mas superei. E é isso que eu passo para a sociedade: que as mulheres acreditem no seu potencial, acreditem na sua força, acreditem que são capazes, independente das opiniões, porque nós é que sabemos aquilo que nos faz feliz”, declarou a parlamentar. “Quero dizer que ser mulher vale a pena, ser mulher é a coisa mais linda do mundo, principalmente a maternidade, seja ela gerada ou de coração, o importante é amar. Parabéns a todas as mulheres”, celebrou.
O maior ensinamento que Denise Lacerda deixou para a filha foi o de servir e praticar a caridade. Denise, assim como Madre Teresa de Calcutá e Nossa Senhora são inspirações para a vereadora Raíssa Lacerda. “Entrar na política para mim foi um presente de Deus. Eu era voluntária de comunidades carentes dentro de João Pessoa com a renovação carismática, as mulheres pediram para que eu representasse todas elas e eu me envolvi com o social. Sou ligada aos mais carentes e todas as causas dos mais carentes. Sinto a dor de cada de cada um deles, trago para a Câmara e luto por cada mulher das comunidades”, explicou.
“Gostaria de parabenizar todas as mulheres. Sei o quanto é difícil ser mulher, todas são guerreiras. Nós conseguimos ser multi: trabalhar fora, tomar conta do marido, ser dona de casa, ser mãe, ser filha. Contem com nosso mandato para apoiar políticas públicas para as mulheres, combater o feminicídio e lutar a favor dos nossos direitos. Principalmente as mais carentes, as mulheres de comunidades, domésticas, trabalhadoras, contem com o nosso mandato”, enfatizou.
A vereadora Eliza Virgínia (PSDB) ressaltou a liberdade que a mulher precisa ter para ser o que quiser, seja parlamentar, dona de casa ou empresária, sem que sejam tolhidas ou discriminadas. Ela ainda destacou as dificuldade de ser mulher. “O maior desafio de ser mulher é dar conta do seu bem maior, que é a família – filhos, esposo, casa, porque a mulher foi feita para isso. Também é desafiante equilibrar o que considero como nossa principal missão, ser mãe, com a missão de vencer na vida secular, profissional”, acredita.
Segundo a parlamentar, as mulheres não têm muito o que comemorar no dia de hoje. “Estão matando muitas mulheres, muitas estão entrando na vida do crime, muitas sendo agredidas. As mulheres não são muito respeitadas e, tem algumas, não todas, que não se dão o respeito. Espero que as mulheres daqui pra frente entendam o que querem, respeitem para serem respeitadas e busquem seus sonhos, que assim conseguirão”, afirmou.