Ações no Centro Histórico e diálogo com Gestão Municipal são novamente tema na CMJP

por Haryson Alves — publicado 27/03/2019 21h00, última modificação 04/07/2019 16h02
A partir do pronunciamento do líder situacionista, Milanez Neto (PTB), durante a sessão ordinária desta quinta-feira (28), bancadas de oposição e governista discutiram as medidas que estão sendo tomadas pelo Executivo para a região

Investimentos no Centro Histórico da Capital para fomentar turismo, emprego e geração de renda, dentre eles, a ordem de desocupação dada à população do Porto do Capim para a construção do Parque Ecológico Sanhauá, voltaram à pauta da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP). A partir do pronunciamento do líder situacionista, Milanez Neto (PTB), durante a sessão ordinária desta quinta-feira (28), as bancadas de oposição e governista debateram o trato que a Gestão Municipal tem dado à questão e como os parlamentares têm discutido isso na Casa Napoleão Laureano.

“Já recebi vaias e aplausos em minha atuação parlamentar. Mas muitos não se acostumaram ainda com a forma democrática de dialogar. Será que é a gestão atual que não debate? Ou será que há quem grite aqui sem querer ouvir a verdade?”, afirmou Milanez, reportando-se às discussões atuais na Casa Legislativa a respeito do Centro Histórico e da comunidade que mora no Porto do Capim.

Na oportunidade, o líder da situação garantiu que o Governo Municipal quer dialogar e mostrou isso, levando à Câmara secretários de Governo para debater questões relativas ao Centro Histórico, na tarde desta quarta-feira (27), em audiência pública. “Mas não foi possível, pois o foco do evento foi modificado, tratando-se dos moradores do Porto do Capim”, observou Milanez, ao lembrar o momento em que a equipe da Gestão Municipal se retirou do plenário, alegando que a temática do evento não seria aquela estava sendo debatida.

 

“Não permitirei que João Pessoa perca investimentos, pois há 22 anos há diálogo com a comunidade do Porto do Capim e pensamos no projeto do Parque Sanhauá. Conseguimos fazer algo, que é angariar recursos para tal obra. Conseguimos habitação para a população do Porto do Capim. Morar em um local sem infraestrutura mínima, isso sim é descaso. Não quero acreditar que muitos são oposição ao projeto para que não haja a assinatura da atual Gestão na obra. Ele vai acontecer sim, pois é bom para a Capital, e o Turismo é um potencial de nossa cidade. Não insistirei em práticas ultrapassadas da velha política”, assegurou Milanez Neto.

Apartes

Em aparte, o vereador Marcos Henriques (PT) embasou sua palavra enquanto líder oposicionista. “O debate a respeito do Porto do Capim, assim como outros, é passível de ser acalorado. Não vi, no episódio de ontem, impossibilidades de que o Centro Histórico, inclusive a situação dos moradores do Porto do Capim, não fosse colocados em pauta”, salientou.

Bruno Farias (PPS) atestou a forma tranquila, calma e serena de Milanez. No entanto, o parlamentar ratificou que comparecer à Câmara para tratar da cidade não é favor de secretários, é obrigação. “Repudio a forma como a Mesa Diretora da CMJP foi tratada ontem pela Gestão. Se não concordavam com o direcionamento que foi dado ao evento, estariam em sua razão, mas o simples fato de não ficarem, nem ouvirem o que todos tinham pra dizer, foi infeliz”, opinou Bruno Farias.

Sandra Marrocos (PSB) concordou que o Centro Histórico deve receber os investimentos que estão previstos. “Concordo sim com Milanez nesse ponto. Mas as questões relacionadas a este assunto têm que melhorar, que avançar. O que me entristece são posturas de desrespeito aos moradores do Porto do Capim. O debate de ontem foi respeitoso sim e muitas das falas que nosso líder governista utilizou ontem não seriam colocadas em outro momento”, problematizou Sandra Marrocos, destacando que há de se ter um trato mais humanizado com a população ameaçada de despejo.

Lucas de Brito (PV) frisou que a gestão de Cartaxo foi e está sendo a que mais tem realizado ações para o Centro Histórico. “Não entendo como um evento destinado a debater o Centro Histórico se limita a debater apenas um ponto desse tema. Mexer com a agenda de secretários de governo e os trazer para a Câmara para isso?”, indagou.

Raíssa Lacerda (PSD) comentou que as famílias do Porto do Capim querem o mesmo tratamento dado aos moradores do bairro São José por esta Gestão. “Que permaneçam no seu território. As pessoas de lá dependem daquela localidade para sobreviver. Lá encontramos quem tenha tataranetos, famílias com várias gerações instaladas naquele espaço”, informou.

Carlão (DC) reconheceu que a Gestão Municipal fez o seu papel no evento da quarta-feira (27). “As pessoas têm que entender que a máquina que move o Turismo, eventos, comércio, dentre outros, é o que pode trazer mais desenvolvimento para nossa cidade, assim como aconteceu com o Centro Histórico de Lisboa, em Portugal”, pontuou.

“Temos o papel de mediar as questões do povo perante o poder público. Não creio que as pessoas do Porto do Capim vivem com moradia digna. O prefeito está oferecendo a oportunidade aos moradores da localidade”, frisou Humberto Pontes (Avante).