Arte de rua: vereadora propõe que projetos sejam construídos de forma coletiva
A vereadora Sandra Marrocos (PSB) usou a tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na sessão ordinária desta terça-feira (21), para solicitar que todos os parlamentares da Casa retirem de pauta os projetos em tramitação que tratam do tema “arte de rua”. A proposta é que seja realizada uma audiência pública com a presença de representantes do movimento para que se construa uma matéria coletiva, que contemple as reivindicações dos artistas, que acompanhavam o pronunciamento das galerias da Casa.
“Eu me solidarizo com os artistas de rua da nossa cidade, não me peçam para encaminhar nenhum projeto sem discutir com os maiores interessados”, afirmou a vereadora. Sandra Marrocos se referiu a um Projeto de Lei (PL) apresentado na semana passada pela Vereadora Eliza Virgínia (PSDB), o “Picha Não”, que pretende coibir pichações não autorizadas na Capital e prevê multas para a prática.
“Sou totalmente a favor da arte de rua, e defendo que não podemos criar amarras para as manifestações culturais. Quem sou eu para fazer patrulhamento ideológico. Já pensou o que seria do mundo sem a arte, sem a música? É lindo ver uma intervenção 'Eu amo Jesus', ou 'Fora Temer'. Não podemos criminalizar a arte, temos que garantir espaço para as intervenções de rua”, defendeu. Ela ainda afirmou que não se pode definir que um órgão público tenha direito de regulamentar a arte.
Sandra Marrocos citou um trecho da música “Gentileza”, interpretada pela cantora Marisa Monte: “apagaram tudo, pintaram tudo de cinza”, apelando para que “não façam isso com a cidade de João Pessoa”.
Em aparte, o vereador Marcos Henriques disse que estamos vivendo um processo degradante de criminalização da arte de rua, que ainda sofre muitos preconceitos.
[citacao] Precisamos de ações que valorizem e estimulem a cultura de rua. Também entendo que os artistas devem participar da elaboração de um projeto que consolide o desejo de todos, de maneira coletiva [/citacao]
A vereadora Eliza Virgínia defendeu que o “Picha Não” incentiva a grafitagem, a arte urbana e a arte de rua, disciplinando a prática. Ela concordou com a necessidade de realização de uma audiência pública para debater o tema, mas não vê motivos para que a proposta seja retirada de pauta. “Todos podem colaborar com a matéria, inclusive propondo emendas. Depois de debater o projeto em audiência, caso a gente avalie que é melhor reapresentá-lo, nós faremos, mas não neste momento”, argumentou.
Cidade Bike e Minha Jampa solicitam reinstalação de ciclofaixa em Mangabeira
Além dos artistas de rua, as galerias da casa também receberam representantes do movimento Minha Jampa e do Cidade Bike. Eles vieram reivindicar a pintura da ciclofaixa que liga Mangabeira ao Valentina.
Sandra Marrocos solicitou que o pedido seja imediatamente atendido, para garantir a segurança dos ciclistas que trafegam na área. Ela informou que os ciclistas perderam 500 metros de ciclofaixa. O líder da situação, vereador Helton Renê (PC do B), disse que vai se inteirar sobre o assunto para solicitar providências, e garantiu que a mobilidade urbana, especialmente no tocante a ciclovias, é uma das prioridades desta Gestão. Segundo ele, o Governo Municipal já construiu 45km de ciclovias pela cidade.
O vereador Tibério Limeira (PSB), presidente da Frente Parlamentar de Mobilidade Urbana, informou que já protocolou um requerimento encaminhado pelos movimentos Minha Jampa e Cidade Bike, solicitando a pintura desse trecho de ciclofaixa e apelou para que o secretário Carlos Batinga atenda o pedido. Ele ainda parabenizou os movimentos pela seriedade com a qual tem levado as discussões.