Auditorias travam liberação de exames para pacientes internos, denuncia vereadora
A vereadora Raíssa Lacerda (PSD) prometeu realizar um debate com dirigentes das operadoras de planos de saúde que atuam na Capital. Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (19), na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), a parlamentar denunciou a burocracia existente para a liberação de exames em auditorias, inclusive de pacientes que se encontram internos em hospitais credenciados aos planos de saúde e têm solicitações de procedimentos negadas pela auditagem.
“Há exames que tardam a ser liberados pelas auditorias para pessoas que já estão internadas e precisando dos procedimentos para continuar o tratamento. Quando o usuário precisar, ele deve ter o direito de fazer o exame solicitado rapidamente. Ninguém faz exame por brincadeira não. Isso é um absurdo com o consumidor e iremos fiscalizar sim. Quero saber se tem empresas de plano de saúde enricando às custas dos usuários”, enfatizou a parlamentar.
Apesar de ainda não ter data definida para a audiência pública que vai propor para discutir a assistência oferecida pelos planos de saúde, Raíssa adiantou que vai convocar, além dos representantes de todos os planos que operam em João Pessoa, a Ordem dos Advogados do Brasil na Paraíba (OAB-PB), o Serviço de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), o Ministério Público da Paraíba (MPPB) e donos de hospitais.
A vereadora ainda afirmou que os médicos são mal remunerados pelos planos de saúde. “A maioria dos profissionais está se descredenciando do trabalho com as empresas de plano de saúde por não ser rentável o repasse que recebem dessas empresas”, afirmou a vereadora.
Pronunciamento repercute em plenário
Diversos vereadores testemunharam já terem solicitações de exames negados. Em aparte, Eliza Virgínia (PSDB) comentou que o atual sistema de auditorias “além de colocar em xeque a saúde do paciente, também compromete a confiança no trabalho do profissional que solicitou o exame”.
Por sua vez, Helena Holanda (PP) sugeriu que Raíssa convoque para a audiência também representantes da agência reguladora dos planos de saúde, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), pois boa parte dos problemas locais não recebem solução e são burocraticamente levados à entidade.
“Há casos de pessoas que estavam na UTI e tiveram a autorização de exame negada pela auditoria. A gente poderia boicotar e cancelar nossos planos no intuito de tentarmos ser menos dependentes do privado e usufruirmos mais do SUS, que deveria suprir as demandas em Saúde de toda a população”, propôs Holanda, com quem concordou Marcos Henriques (PT).