Autor da ‘Marcha da Cueca’, Livardo Alves é homenageado pela Câmara de JP
“Eu mato / Eu mato / Quem roubou minha cueca / Pra fazer pano de prato”. Os versos da ‘Marcha da cueca’ ganharam o Brasil a partir de 1970 e deslanchou com a famosa gravação do cantor Celso Teixeira no LP ‘Carnaval Copacabana’ (1972), e até hoje se mantém como uma das marchinhas mais tocadas no carnaval em todo o país. Por trás dela, um pessoense da gema, Livardo Alves da Costa (1935-2002), que acabou por dividir os créditos da saliente marchinha com Carlos Mendes e Sardinha, depois de um imbróglio judicial pelo reconhecimento da autoria da canção. Poeta, cantor e compositor, Livardo é o grande homenageado da Câmara de Vereadores de João Pessoa neste carnaval. De 2 a 12 de fevereiro, durante as prévias do Folia de Rua e o Carnaval Tradição, TV e rádio Câmara, e ainda as redes sociais da Casa, celebram a vida e a obra deste apaixonado pelo carnaval.
"Escolhemos Livardo por ele representar tão bem a cultura do nosso carnaval através das marchinhas inesquecíveis que ele emplacou, como a 'Marcha da cueca' e 'Banho de bica', mas também pela versatilidade da sua música, compondo para teatro e até hinos de times do nosso futebol", justificou o presidente da Câmara Municipal de João Pessoa, vereador Marcos Vinícius (PSDB), que acrescentou: "Essa homenagem à Livardo Alves é para manter vivo o trabalho dele, afinal a Câmara têm a obrigação de valorizar e divulgar a cultura da nossa cidade". Nascido e criado em Jaguaribe, bairro tradicional da Capital paraibana, Livardo chegou a atuar no teatro, quando integrou o elenco da peça 'Cancão de Fogo', de Jairo Lima, numa montagem do pernambucano Luiz Mendonça, que projetou a cantora e atriz Elba Ramalho, mas foi na música que encontrou seu lar, preferindo compor trilhas a subir ao palco. Clique aqui e confira uma galeria com fotos históricas de Livardo Alves Livardo enveredou por diversos estilos, com os mais diversos parceiros. Compôs com Orlando Tejo (‘O meu país’, gravada por Zé Ramalho e Flávio José), Vital Farias (‘Forrofunfá’, ‘Ê mãe’, ‘O sobressalto’ etc.), Gilvan de Brito ('Banho de bica') e tantos outros. “Livardo Alves era capaz de compor em vários ritmos e sair bem em todos”, escreveu, certa vez, o amigo escritor Humberto de Almeida. “Era um samba, uma marcha, um baião. Não era um artista, como mesmo disse, de ficar esperando o 'santo baixar'. Toda hora, em todos os lugares, a cabeça de Livardo era uma fábrica musical. Vinha tudo pronto, letra e música. O estilo livardesco, inconfundível sempre estava presente”. Frequentador assíduo do Ponto de Cem Réis, onde "batia o ponto" todo dia para encontrar amigos e conversar sobre a vida e, claro, compor músicas novas - em 2009, a prefeitura de João Pessoa homenageou o compositor com uma estátua de bronze no local - Livardo morreu em 2002, aos 66 anos, em decorrência de um câncer.