Câmara realiza palestras para discutir avanços na economia e turismo a partir do Centro Histórico da Capital
Buscar maneiras de revitalizar o Centro Histórico de João Pessoa, atraindo investimentos locais e externos, e fomentar arte, cultura e turismo, através da ocupação desses espaços, com iniciativas inovadoras, seja através de bares, startups, lojas, restaurantes ou outros empreendimentos. Este foi o objetivo da Mesa Diretora da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), que trouxe à Capital, em conjunto com o Centro de Estudos de Excelência Inovação e Negócios Professor Lynaldo Cavalcanti e Albuquerque e a Câmara de Comércio Brasil/Portugal/Paraíba, o diretor executivo do Invest Lisboa, Rui Coelho.
Ele realizou uma palestra com o tema “O reaquecimento econômico e social a partir do Centro Histórico – O Exemplo Real de Lisboa”, na manhã desta quinta-feira (24), no auditório da Fiesp/Sesi, localizado no Cordão Encarnado, Centro. Na ocasião, a Chefe do Departamento de Economia da Cultura (Decult) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciane Fernandes Gorgulho, explicou as iniciativas da entidade em financiar projetos que priorizam a recuperação do patrimônio histórico brasileiro.
“A Câmara Municipal de João Pessoa ajuda a promover a discussão em torno da revitalização do nosso Centro Histórico, que é belo e tem uma potencialidade social, econômica e turística muito grande. E foi uma honra poder reunir hoje, aqui na Fiep, Rui Coelho, empresários e empreendedores para mostrar as maneiras que podem viabilizar um crescimento ainda maior do nosso Centro”, comentou o presidente da CMJP, Marcos Vinícius (PSDB).
As palestras marcaram a retomada do movimento de implantação do novo Polo Digital, Cultura e Turismo no Centro Histórico de João Pessoa. E também serviu para aproximar empresários e gestores paraibanos interessados em abrir fronteira com Portugal.
Segundo Rui Coelho, Brasil e Portugal têm muito a colaborar entre si, em várias iniciativas. “Estamos partilhando aquilo que deu certo em Lisboa e cada local terá suas características próprias, identidades e identificações, que podem diferenciar da experiência lisboeta. Aproveitamos o patrimônio arquitetônico histórico, de forma a garantir sua preservação, reabilitação e uso, contribuindo para dinamizar o turismo e a economia local. Regulamentações urbanísticas, para o campo da reabilitação, e benefícios fiscais a quem se propusesse a reabilitar imóveis históricos são algumas das práticas que aconteceram em Lisboa”, salientou o diretor executivo do Invest Lisboa.
“A CMJP dá uma contribuição importante, que é rearticular o setor organizado da sociedade, ou seja, as universidades, as empresas de mídias digitais, de Tecnologia da Informação, de audiovisual, dentre outras, para reocupar, de forma econômica, o Centro Histórico da Capital, com inovação. Não basta apenas pintar algumas paredes de prédios antigos, mas sugerir nova ação, é o que Lisboa está provando que é possível fazer”, afirmou o jornalista Walter Santos, do Centro de Estudos de Inferência e Inovação em Negócios Professor Inaldo Cavalcante.
Representando a Mesa Diretora da CMJP, o vice-presidente do Legislativo pessoense, vereador Lucas de Brito (PV), salientou que a sociedade vive hoje a era do compartilhamento, e a importância de como conferir uma nova vida ao Centro Histórico da Capital, a partir do que aconteceu em Lisboa. “Repensar como conferir a esse Centro Histórico, a partir de benefícios fiscais, a instalação de empresas, startups, comércios, será uma forma de gerar renda, emprego e aprimorar a economia da cidade, a partir da experiência exitosa de Lisboa. A CMJP e todos os atores sociais envolvidos nessa iniciativa estão exitosos em conhecer mais de perto o Invest Lisboa e tentar replicá-lo”, revelou Lucas de Brito.
Para o presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac, Marcone Medeiros, é importante que as pessoas morem e vivam no Centro Histórico. “Agora, verificamos que não é apenas uma questão de vontade, com a instalação de empresas, na área de informática e inovação, investidores de outros estados e até países poderão ter acesso às iniciativas da Paraíba. Vamos ajudar colaborando e mantendo um bom ambiente de negócios, além de estimular a vinda de startups”, informou.
BNDS dá apoio a iniciativas
Em sua exposição, Luciene Gorgulho contou que, há mais de 20 anos, o BNDES tem se preocupado em promover incentivos para ações que envolvam prédios tombados, acervos históricos e o patrimônio imaterial. “A essência da iniciativa Invest Lisboa é muito afinada com a nossa visão de trabalho. O patrimônio deve ser valorizado e pode ser um condutor de desenvolvimento social, urbano, político, econômico, e de renda”, atestou.
Ela ainda explicou que qualquer instituição responsável pela guarda de um patrimônio pode solicitar ao BNDS apoio à recuperação desse prédio, realizando uma série de atividades que envolvem o turismo cultural, fortalecimento das cadeias produtivas em torno do Centro Histórico, crowdfunding, entre outras. A próxima reunião será em agosto e a data limite para enviar projetos é até 4 de julho, sendo que o projeto deve estar registrado, até o final do processo, na Lei Rouanet.
Também participaram do evento os vereadores Carlão (PSDC), Professor Gabriel (PSD), Marcos Henriques (PT) e Eliza Virgínia (PP). A palestra também reuniu um representante do Ministério da Cultura, Roberto Azoubel, da Representação do Minc; representantes de universidades; da Academia Paraibana de Letras (APL); da Secretaria de Turismo (SeTur); Secretaria da Receita; empresários; gestores públicos e outros interessados na iniciativa.