Campanha “Setembro Amarelo” é discutida na CMJP
A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) realizou, na tarde desta terça-feira (27), uma sessão especial para discutir e estimular o “Setembro Amarelo”, campanha que realiza debates e ações de conscientização sobre o suicídio. O debate foi proposto pelo vereador Lucas de Brito (PSL), em alusão ao Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (10 de setembro).
Lucas de Brito destacou que a discussão poderá trazer à luz os meios necessários para que a população aprenda a evitar a tragédia causada pelo suicídio no cotidiano das famílias brasileiras. “Uma luz no fim do túnel para pessoas que estão sofrendo com problemas mentais e poderão receber a atenção necessária para aliviar seu sofrimento”, justificou.
O presidente da Associação Paraibana de Psiquiatria, José Brasileiro, falou que o suicídio é uma epidemia silenciosa, porque os casos são subnotificados. De acordo com ele, também existe um mito de que a divulgação dos casos cause uma massificação desse ato.
Já o tesoureiro adjunto da Associação Brasileira de Psiquiatria, Alfredo Minervino, disse que a cada quatro segundos uma pessoa tenta o suicídio no mundo. Ele cobrou mais atenção para os pacientes com problemas mentais e pediu a elaboração de um Projeto de Lei que institua setembro como o mês de defesa da vida na Capital paraibana.
“Essa campanha surgiu para mudar a sina de muita gente. Trata-se de um diagnóstico difícil pela subnotificação dos casos. É preciso derrubar o mito de que falar sobre o suicídio pode causar a proliferação desse ato. Ao contrário, precisamos falar sobre o tema, porque quando alguém fala que vai se matar já está pensando em se matar. É necessário falar sobre o assunto para se quebrar o estigma que existe sobre as doenças mentais e sobre o suicídio”, defendeu o psiquiatra Alfredo Minervino.
O presidente do Diretório Acadêmico de Medicina da Faculdade de Enfermagem e Medicina Nova Esperança (Facene/Famene), Arnaldo Moreira Junior, afirmou que a instituição é parceira na tentativa de evitar a prática de suicídio na sociedade. O psiquiatra e professor Roberto Mendes defendeu a “psicoeducação” para garantir a proteção à vida e o acesso a profissionais especializados, que contribuirão para exterminar o estigma das doenças mentais e para conter os suicídios.
Outros professores e alunos da área de psiquiatria participaram da discussão e cobraram mais atenção do Poder Público para os pacientes com doenças mentais.
Sobre o “Setembro Amarelo”
A campanha “Setembro Amarelo” começou a ser realizada em 2015, a fim de conscientizar a sociedade acerca desse tema que ainda é considerado um tabu, mas que pode ser evitado em 90% dos casos com ações de prevenção.
A cor amarela faz alusão ao alerta que se deve ter diariamente na identificação dos possíveis casos de suicídio. Já o mês foi escolhido porque é no dia 10 de setembro que se celebra o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
No Brasil, uma das instituições que estão promovendo a causa é o Centro de Valorização da Vida (CVV), que presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional sigiloso para todas as pessoas que querem e precisam conversar.