Cancelamento do Mais Médicos: João Pessoa pode ficar sem 48 profissionais

por Paulo de Pádua — publicado 18/03/2019 21h00, última modificação 04/07/2019 18h46
Requerimento será encaminhado à bancada federal paraibana com o objetivo de cobrar providências

A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) realizou, na tarde desta terça-feira (19), audiência pública para discutir a não renovação dos contratos do programa Mais Médicos nas capitais e regiões metropolitanas. O cancelamento dos contratos de 48 profissionais de medicina ligados ao programa e o prejuízo que os bairros pessoenses vão sofrer em decorrência dessa carência foram os principais assuntos abordados durante o debate.

A audiência, proposta pelo vereador Milanez Neto (PTB), líder da bancada de situação na Casa, contou com a participação dos vereadores Marcos Henriques (PT) e Carlão (DC); da secretária adjunta municipal de Saúde, Ana Giovana; do tutor dos Mais Médicos da UFPB, Felipe Proença; além de representantes dos Distritos Sanitários e Programas de Saúde da Família da Capital paraibana.

Na ocasião, Milanez Neto afirmou que vai encaminhar requerimento à bancada federal paraibana e ao Governo Federal, através do Ministério da Saúde, cobrando providências urgentes para que o problema seja solucionado. “Vou colocar esse requerimento para ser votado amanhã (quarta-feira, 20), e não tenho dúvidas de contar com o apoio dos 27 vereadores”, assegurou.

Ele informou que os 48 médicos que correm o risco de não terem seus contratos renovados, devido ao fim do programa Mais Médicos, prestam um serviço essencial na Atenção Básica de Saúde de João Pessoa. O líder governista ainda citou 29 comunidades da cidade que já estão sendo prejudicadas no atendimento de saúde, devido a não renovação dos contratos dos médicos.

O vereador Marcos Henriques destacou a importância do programa para o país e as cidades brasileiras. “O fim do programa Mais Médicos também é o fim de outros programas de grande impacto social, como o de segurança alimentar e o de moradia, por conta de uma política excludente”, lamentou. Já o vereador Carlão entende que os médicos brasileiros precisam ser valorizados. Ele deixou claro que não concorda com a forma que os profissionais eram contratados no governo anterior.

A secretária adjunta de saúde, Ana Giovana, considerou muito importante a participação da Gestão Municipal no debate desse tema. Ela lamentou que, atualmente, haja a carência de 15 profissionais de medicina nas Unidades de Saúde da Família, devido ao cancelamento dos contratos. A gestora defendeu que a Atenção Básica de Saúde é um serviço essencial, no âmbito individual e coletivo, que abrange um conjunto de ações efetivas. O tutor do Mais Médicos da UFPB, Felipe Proença, apresentou dados como o número de médicos contratados pelo programa, os avanços obtidos, o aumento do número de consultas realizadas, a redução das internações, constatação de melhorias na saúde das cidades brasileiras, entre outras informações.