Caravana da oposição visita Trauminha de Mangabeira
Os vereadores que compõem a bancada de oposição da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) visitaram, na manhã desta quarta-feira (29), o Complexo Hospitalar de Mangabeira, conhecido como Trauminha. Bruno Farias (PPS), Eduardo Carneiro (PRTB), Humberto Pontes (Avante), Leo Bezerra (PSB), Marcos Henriques (PT) e Tibério Limeira (PSB) realizaram a vistoria acompanhados do deputado estadual Aníbal Marcolino (PEN).
“A visita evidenciou aquilo que já sabíamos: o descaso total com a saúde do município”, lamentou o vereador Marcos Henriques. “As pessoas que chegam para serem atendidas, normalmente porque sofreram algum trauma, não têm sequer um local para sentar. Havia uma senhora aguardando atendimento com uma fratura em três locais, e não tinha onde sentar”, denunciou.
Ele ainda apontou outras falhas como a falta de acessibilidade dos banheiros, as macas acumuladas nos corredores e a falta de insumos, como contraste para realizar tomografias. “Eu, sinceramente, fiquei indignado com aquela situação”, protestou.
O líder da oposição, Bruno Farias, destacou alguns aspectos positivos detectados durante a visita. “Na sala de urgência e emergência, por exemplo, houve uma sensível melhora em relação à última visita. O tomógrafo, que antes não funcionava, agora está em pleno funcionamento. Mas sem contraste ele perde a utilidade”, disparou. “O ambulatório é uma confusão generalizada. As pessoas não são tratadas de maneira humanizada, não têm refrigeração, água, nem local pra sentar”, completou o líder.
“O que nós constatamos hoje foram cenas de guerra, pessoas sentadas no chão, nos corredores, pacientes aguardando cirurgias há mais de três meses. E o pior, o diretor clínico dizendo que estava tudo em ordem, que não precisavam de nada”, criticou Leo Bezerra.
Os parlamentares relataram que foram muito bem recebidos pelo diretor administrativo do hospital, Carlos Lopes, mas condenaram a postura “ríspida, grosseira e desrespeitosa” com a qual foram tratados pelo diretor clínico Jorge Augusto Cordeiro dos Santos. Eles ainda denunciaram o alto salário do mesmo. “Ele trabalha em cinco hospitais, em Esperança, em Timbaúba, no Português e no Santa Joana, em Recife, e ainda no Trauminha, onde atua três dias por semana para receber R$ 35.750,00”, apontou Marcos Henriques.
“Trata-se de um caso de incivilidade”, afirmou Bruno Farias, que ainda garantiu que a bancada de oposição vai encaminhar denúncia ao Ministério Público pedindo investigação sobre o alto salário, além de um Voto de Repúdio ao profissional.
O vereador Luís Flávio (PSDB), que também é médico, louvou a iniciativa dos parlamentares de oposição de realizarem vistorias nos hospitais, mas ponderou que o mal da saúde no Brasil está em uma decisão equivocada do governo federal de municipalizar a área. “A saúde tem que ser federalizada, o brasileiro precisa ser bem atendido em qualquer cidade do país. A municipalização concentra nos municípios os recursos destinados à saúde, gerando disputa entre cidades, estados e regiões e fazendo com que a rede credenciada ao SUS esteja totalmente desmobilizada”, argumentou.