Caso Ferreira Costa: situação e oposição debatem sobre embargo da obra

por Rafaela Cristofoli — publicado 12/12/2017 22h00, última modificação 15/07/2019 10h49
Oposição lamenta perda de vagas de emprego e situação alega falta de documentação da empresa para justificar o embargo

Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), desta quarta-feira (13), vereadores das bancadas de situação e oposição debateram sobre o embargo da Prefeitura da Capital à obra de um empreendimento do grupo Ferreira Costa. Os oposicionistas lamentaram a perda de vagas de emprego e a falta de diálogo do Executivo, enquanto os governistas justificaram que o embargo se deve a questões legais.

“Eu queria apelar para a sensibilidade do prefeito Luciano Cartaxo (PSD) nesta questão. Nós vivemos uma das piores crises dos últimos anos, com um grande número de desempregados, e a instalação de uma empresa do porte desta traria um torno de 500 empregos diretos, fora os indiretos”, apontou o vereador Eduardo Carneiro (PRTB).

O líder da oposição, vereador Bruno Farias (PPS), disse que os pessoenses foram pegos de surpresa pelo embargo da obra, que, segundo ele, já dispunha de todas as licenças para a instalação. “A obra foi embargada sem que ninguém saiba o motivo, a Prefeitura não teve sequer o cuidado de esclarecer à população os motivos do embargo. E aí, chovem especulações sobre interferências políticas ou até da concorrência, da força do poder econômico”, criticou o líder. Bruno também lamentou a perda de receita tributária para a cidade caso o empreendimento não seja instalado.

O vereador Marmuthe Cavalcanti (PSD) saiu em defesa do Executivo e disse que, ao contrário do que foi dito pela oposição, o prefeito Luciano Cartaxo tem demonstrado total interesse em ver o desenvolvimento econômico da cidade e jamais seria contra a construção de um empreendimento tão importante quanto este. “O que de fato acontece é que as exigências legais para a instalação deste equipamento não estão sendo cumpridas, e ninguém está acima da lei”, afirmou.

Marmuthe ainda ressaltou que o prefeito teve o cuidado de enviar uma nota à imprensa esclarecendo os motivos do embargo, na qual informa que o único problema existente era a inadequação do projeto inicialmente apresentado e o executado pela empresa. “Cumpridas as exigências legais e aprovada a nova versão do projeto as licenças adicionais serão emitidas e o embargo imediatamente retirado. Então, está claro que a Prefeitura não tem colocado nenhum obstáculo para realizar investimentos, seria um contrassenso. Mas ninguém vai colocar em risco a vida de cidadãos”, avaliou.

O vereador Leo Bezerra (PSB) voltou a criticar a falta de diálogo da Prefeitura com a população, vereadores, empresários e categorias. “A população de João Pessoa não quer debater através de nota. Eu gostaria que o prefeito não emitisse nota, e sim chamasse a equipe técnica para discutir e encontrar algum meio de solucionar o problema. Se é um entrave técnico, porque antes de embargar a obra não convidou a empresa para dialogar? Insisto em dizer que o problema está na falta de diálogo”, disparou.