CMJP realiza sessão para conscientizar acerca da psoríase
Quem sofre com a psoríase lida diariamente com dois outros problemas: o preconceito e a discriminação, que geralmente acontecem por falta de informação sobre a doença. Isso foi o que mais foi enfatizado por pacientes e profissionais que convivem com a psoríase, em sessão especial, na tarde desta quinta-feira (27), na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP). O evento foi proposto pelo vereador Santino (PMN) e secretariado por Lucas de Brito (PSL), com o objetivo de comemorar o Dia Municipal de Conscientização da Psoríase, celebrado em 29 de outubro.
A psoríase é uma doença imune inflamatória crônica da pele, apesar de tratável, ela ainda não tem cura, não é contagiosa, e afeta aproximadamente 3% da população mundial. É frequente tanto em homens quanto em mulheres, principalmente entre 20 e 40 anos, sendo caracterizada pela presença de lesões avermelhadas, bem delimitadas e descamativas, em qualquer parte do corpo.
“Psoríase é um assunto para todos e a doença pode ser confundida com alergia, caspa e micose. Apesar de todos os esforços, a falta de informação sobre esse mal é um problema maior que afeta diretamente quem sofre com a doença, que tem que conviver com o preconceito e discriminação. A conscientização deve ser uma constante para evitar isso e garantir melhor qualidade de vida aos que são acometidos pela doença”, enfatizou Santino.
Centro de Referência em JP está no HU
Em sua intervenção, a presidente da Associação dos Amigos e Portadores de Psoríase, Tereza Cristina, informou que há mais de 300 pacientes no Centro de Referencia de Psoríase do Estado da Paraíba. A unidade funciona dentro do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), no Departamento de Dermatologia, sobre a coordenação da dermatologista Esther Bastos Palitot.
“No Brasil, só existem 8 centros de referencia em psoríase, e nenhum tem a dinâmica que o da Paraíba oferece. Há atendimento a pacientes da Paaraíba, Estados vizinhos e até do exterior. Peço que Lucas de Brito continue na CMJP o trabalho que Santino tem desenvolvido, ajudando não só as pessoas com deficiência e com psoríase, mas a todos que o procuram. Há 4 anos que Santino e sua equipe luta pelos pacientes com psoríase e devemos abraçar esta causa”, afirmou Tereza Cristina.
“Nossa presença nesta sessão é justamente um reforço de que daremos continuidade na CMJP ao trabalho que Santino iniciou com os portadores de psoríase. Fica aqui o nosso compromisso para lutar com vocês e por vocês, inclusive no trabalho de conscientização”, assegurou Lucas de Brito, complementando que “é preciso criar espaços e multiplicar esses locais onde a conscientização vem ocorrendo”.
Doença não é contagiosa
A dermatologista Esther Palitot explicou que a doença se dá por predisposição genética e que não é transmissível por contato. “Ela pode ser associada a outras doenças, como obesidade, hipertensão, causar comprometimento no globo ocular, se assemelhando a um caso de conjuntivite, ocasionar artrite psoriástica, entre outros males. As manchas avermelhadas e com escamações no corpo às vezes podem ser só um indício da doença que pode revelar outras questões mais sérias, tal como a ponta de um iceberg”, exemplificou.
Preconceito e discriminação podem ser piores que a doença
A maioria das falas no debate reforçaram como o preconceito das pessoas desinformadas e a discriminação afetam quem é portador da psoríase, muitas vezes, comprometendo a saúde do doente tanto quanto a própria doença. Muitas vezes isso gera quadros de depressão, estresse e até faz aumentar os sintomas da psoríase no portador desse mal.
“A psoríase afeta o cotidiano das pessoas acometidas pela doença e de seus familiares. É impactante como a doença associada ao preconceito pode interromper suas atividades laborais e do cotidiano, seja pelo julgamento do outro ou pela gravidade da doença a ponto de gerar artrite psoriástica. Temos pessoas em idade laborativa que ficam fora do mercado de trabalho por causa do impacto diante do outro em perceber uma pele lesionada ou também pela artrite. Temos que potencializar o enfrentamento e minimizar as questões de estigma e preconceito com quem tem a doença”, reforçou a enfermeira Juliana Dias.