Desocupação da comunidade do Porto do Capim volta a ser debatida na CMJP
A desocupação da região do Porto do Capim, no bairro Varadouro, voltou a ser questionada pelo vereador Tibério Limeira (PSB) durante pronunciamento na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), nesta quinta-feira (21). O parlamentar informou que participou de uma reunião com a comunidade para discutir sobre a ordem de retirada de 162 famílias do local, emitida pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP). O procurador Regional dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal (MPF), José Godoy, também participou do encontro.
Tibério Limeira dispensou apoio aos moradores da localidade e garantiu que, se for preciso, vai às ruas para reverter a situação. “Não se pode defender o meio ambiente desprezando as pessoas que integram esse ambiente e que, além de tudo, tiveram suas vidas construídas na região. Grande parte dos moradores da comunidade Porto do Capim é composta por pescadores, marisqueiros e catadores de caranguejos, que possuem uma relação direta com o Rio Sanhauá e o mangue”, comentou.
O vereador defendeu que os moradores sejam realocados, através de projetos habitacionais, em regiões próximas da localidade. “Para realizar esta revitalização do Porto do Capim, havia um projeto de construção do parque e um projeto habitacional, que foi abandonado pela Gestão Municipal. Isso evidencia que essa Administração quer fazer uma higienização social na região, porque fica feio um parque com pobres em volta. Essa Gestão é contra os pobres e justifica sua retirada por estarem em área de proteção permanente”, criticou.
Tibério também fez questão de enfatizar que existe um shopping da cidade construído em área de preservação permanente, assim como diversas construções em margens de rios e faixas de areia na praia. Segundo o vereador, os moradores dessas áreas não são incomodados com ordens de desocupação.
“Os moradores do Porto do Capim estão sem dormir. Hoje, dois tratores estão na localidade, aumentando ainda mais a tensão no local. Esse é um ato desumano. Prestamos nossa solidariedade à comunidade e vamos até as últimas consequências. O prefeito vai ter que passar com tratores por cima da gente. Os pobres não vão pagar pela criação do Parque Sanhauá, não foi para defender rico que fui eleito. Não é assim que se constrói uma cidade para todos e todas. Falta diálogo e respeito”, afirmou.
Em aparte, o vereador Marcos Henriques (PT) dispensou solidariedade aos moradores da localidade e informou que as mulheres da comunidade estavam em frente ao Centro Administrativo Municipal cobrando solução para a situação. “Essa gestão não apresenta alternativas para sanar a pobreza de nossa cidade. Toda a bancada de oposição desta Casa está lutando por dignidade e contra a falta de respeito à população carente”, disse.