Doutrinação ideológica e ideologia de gênero são temas de audiência pública na CMJP
Na manhã desta sexta-feira (29), a Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) realizou uma audiência pública, em parceria com a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), para discutir doutrinações ideológicas e de gênero nas escolas. O debate foi proposto pela vereadora Eliza Virgínia (Progressistas) e pelo deputado estadual Wallber Virgolino (Patriota). O evento contou com a participação especial da deputada estadual de Santa Catarina Ana Caroline Campagnolo (PSL), que fez uma explanação sobre o tema.
A discussão contou com a participação de pessoas ligadas à Direita da Paraíba, tais como o vereador Carlão (DC), o deputado estadual Cabo Gilberto Silva (PSL), o advogado Geraldo Barral e o líder do Movimento Brasil Conservador da Paraíba e Direita de Campina Grande, Thiago Melo.
“Estamos em festa da democracia brasileira. Nós, da direita, estamos aqui sem vergonha. Antigamente era crime ser de direita. Não sou inimiga de professor, mas não podemos ficar calados diante dessa doutrinação que acontece em nossas escolas, que é uma das razões para nossos alunos não estarem atingindo os objetivos das instituições de ensino. O professor não pode falar o que quiser em sala de aula diante de uma audiência cativa, que sãos seus alunos, obrigados a estarem na aula”, justificou Eliza Virgínia.
O deputado Wallber Virgolino afirmou que, com a ascensão de Bolsonaro, as pessoas de direita começaram a se fortalecer. “Luto contra a postura esquerdista. No meu tempo, os professores eram segundos pais. Hoje, os alunos fazem o que querem em sala de aula. A ideologia de esquerda quer minar a educação para criar cabos eleitorais. Precisamos mostrar aos jovens a importância de uma formação cívica e democrática. Vamos nos fortalecer, contem com meu mandato e minha força”, declarou.
Apresentação sobre o tema
Através de projeções audiovisuais, a deputada catarinense realizou uma explanação sobre o tema proposto para a discussão. Ana Caroline Campagnolo usou como base textos de Max Weber, nos quais ele defende que deve-se ter liberdade de expressão em praça pública, nunca em sala de aula, onde “seria imperdoável que o professor use dessa situação para incutir suas concepções políticas”. Para a deputada, essa não é a função da escola, que deveria ensinar a pluralidade de pensamento.
“Pode-se ensinar sobre marxismo e sobre Adam Smith, mas não se pode direcionar o pensamento do aluno. Neutralidade máxima, sempre que possível, como preconiza a impessoalidade do Estado. O professor é um servidor público, e a escola serve aos interesses do aluno e da família, e não o contrário. Mas, no exercício de qualquer função pública não pode haver liberdade de expressão irrestrita”, defendeu a deputada.
Ana Caroline Campagnolo apresentou alguns dados alegando que seriam resultado da doutrinação ideológica nas escolas: em cada dez alunos, sete terminam o ensino médio sem noções básicas de Português e, no futuro, apenas 2% dos estudantes vão terminar o ensino médio com noções básicas de Matemática; 78 % dos professores no Brasil alegam que formam cidadãos e 80% defendem o discurso político engajado.
“A doutrinação ideológica em nossas escolas prejudica o processo democrático em nosso país. Formar cidadãos para quê? Se já nascemos formados, nascemos cidadãos. Somos atacados como se fossemos fanáticos religiosos. Não queremos censurar professores ou a liberdade de expressão, mas, precisamos combater a ideologia de gênero, porque o Estado brasileiro já rejeitou essa ideia. O país debateu e a ideologia de gênero está fora das salas de aula, mas muitos professores insistem em tratar do tema em suas aulas”, afirmou.
A deputada ainda destacou que a ALPB aprovou a Lei 1.1230/2018, que dispõe sobre a liberdade de expressar pensamentos e opiniões no ambiente escolar das redes pública e privada de ensino da Paraíba. Ela encorajou os deputados estaduais paraibanos a lutarem para revogar a prerrogativa.
Outras impressões
O vereador Carlão comentou que era a primeira vez que falava contra ideologia de gênero e não era vaiado. Ele ainda destacou que, como membro da Frente Parlamentar da Educação da CMJP, estava, junto com a vereadora Eliza Virgínia, fiscalizando as escolas estaduais da Capital paraibana.
O advogado Geraldo Barral dispensou apoio irrestrito contra a doutrinação ideológica nas escolas, e comunicou aos deputados que aceitaria a causa para revogar a Lei 1.1230/2018. “Não vamos nos importar se nos chamarem de nazistas, homofóbicos e racistas, porque os que nos chamam, nem sabem o que significa. Vamos juntos para a luta”, ensejou. Já o cabo Gilberto Silva garantiu que vai fortalecer a luta para revogação das leis nocivas à Paraíba.
Assista a audiência pública na íntegra aqui.