Escola bilíngue para surdos é defendida por vereadora
A vereadora Eliza Virgínia (Progressistas) defendeu a escola bilíngue para surdos durante pronunciamento na sessão desta terça-feira (28), da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP). A modalidade de ensino defendida pela vereadora consiste no aprendizado da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua e o português escrito como segunda.
Eliza Virgínia afirmou que esteve presente em manifestação da comunidade com deficiência auditiva, ocorrida no último domingo (26), que reivindicou uma escola bilíngue para surdos na Capital. “Há quem possa dizer que a escola é um retrocesso, que a transformação de escolas normais em inclusivas seria uma forma de inclusão, porém existem problemas, como turmas com apenas uma pessoa surda na qual a criança cria vínculo apenas com o intérprete”, exemplificou.
De acordo com a parlamentar, a inserção da Libras na grade curricular do ensino infantil foi uma conquista importante. “Foi uma vitória muito grande para o surdo, que quando tiver mais idade, vai poder conversar com outras pessoas. Porém, no início, ela precisa de um lugar onde todos se comuniquem por Libras, onde ela seja sua primeira língua”, enfatizou Eliza Virgínia ressaltando que sem essa base, crianças surdas chegam nas escolas inclusivas sem a linguagem de sinais internalizada e apresentam dificuldades de acompanhamento.
“Essa é a necessidade dos estudantes surdos. Antigamente, tínhamos intérpretes na CMJP, mas houve problemas e a administração passada adotou o sistema de legenda. Porém, a língua do surdo brasileiro é a Libras, a língua portuguesa escrita ele aprende como segunda, então existe a dificuldade do surdo adolescente e criança, que não convive com o português, de entender a legenda. É importante que esta Casa possa voltar com os intérpretes”, solicitou a vereadora, destacando que o Congresso Nacional e a Presidência da República possuem intérpretes. “Isso é um direito”, enfatizou.