Escolas municipais: mães de alunos com deficiência reclamam da falta de medicamentos e cuidadores

por Damião Rodrigues e Haryson Alves — publicado 13/03/2019 21h00, última modificação 04/07/2019 19h34
Raíssa Lacerda (PSB) trouxe a denúncia para a tribuna da CMJP. O líder da situação, Milanez Neto (PTB) rebateu as críticas informando que o Município dispõe de 440 cuidadores

A vereadora Raíssa Lacerda (PSB) denunciou, durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) desta quinta-feira (14), que faltam cuidadores nas escolas municipais da Capital para prestar assistência aos estudantes que convivem com algum tipo de deficiência. O líder da bancada de situação na Casa, Milanez Neto (PTB), rebateu as críticas informando que o Município dispõe de 440 cuidadores.

“Em um documento encaminhado ao Ministério Público da Paraíba (MPPB), em 25 de fevereiro deste ano, 20 mães solicitaram medicações como Paroxetina, CLO e Pondera, que devem ser fornecidas pelo Município. Além disso, também pediram a presença de cuidadores nas escolas municipais. Na solicitação, uma das mães, a senhora Ana da Silva, atesta que não há cuidadores na escola Oscar de Castro, onde sua filha está matriculada”, informou Raíssa Lacerda. A parlamentar prometeu reunir as 20 mães para cobrar providências aos órgãos responsáveis e, caso necessário, realizar audiência pública na CMJP para tratar da situação.

O líder da situação, Milanez Neto, lembrou que foi o prefeito Luciano Cartaxo (PV) que institui os cargos de cuidadores no Município. “Não é do interesse do prefeito deixar nenhum aluno fora de sala de aula. Se falta algum cuidador, é um problema pontual. Cada dia aparecem novas pessoas pleiteando esse direito, e a Prefeitura precisa se adequar às novas demandas”, justificou.

Milanez ainda destacou que existem mais de 800 alunos, atendidos por 440 cuidadores nas escolas municipais; 86 Centros de Referência em Educação Infantil (Creis), que beneficiam 13 mil crianças; além de 19 escolas, que recebem cerca de 19 mil alunos em tempo integral. A Escola Bilíngue Municipal Dom José Maria Pires, situada no Alto do Mateus, foi citada pelo vereador como referência. “Nossa escola bilíngue é modelo para todo Brasil. Recebi elogios sobre essa unidade diretamente do embaixador dos Estados Unidos, em Recife”, afirmou.

Sobre os medicamentos solicitados pela vereadora Raíssa Lacerda, o líder da situação afirmou que eles não são disponibilizados nem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Esses remédios não estão listados como benefícios à população, então, não é responsabilidade da Prefeitura de João Pessoa fornecê-los. Além do mais, precisamos destacar que a cidade possuía apenas uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e atualmente conta com quatro. Essa é uma das demonstrações de atenção da Gestão com a saúde de nossa cidade”, defendeu.

Capital ainda não oferece coleta móvel de sangue e realização do teste do coraçãozinho

Raíssa Lacerda também cobrou que duas leis resultantes de projetos de sua autoria sejam efetivadas na Capital. Uma delas cria um programa de coleta móvel de sangue para auxiliar cidadãos que não conseguem sair de casa com facilidade, seja por motivo de doença ou mobilidade comprometida. A outra obriga a realização do teste do coraçãozinho em recém-nascidos. “Nenhuma dessas leis está sendo cumprida, desta forma, espero obter respostas do prefeito”, afirmou Raíssa Lacerda.