Exposição no Centro Cultural da CMJP retrata sentimentos de crianças com microcefalia
Recortes do afeto entre pais e filhos com microcefalia se encontram na Exposição ‘Anjos do Ninho – Crianças com Microcefalia’, no Centro Cultural da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), feitos pelo fotógrafo Walmar Pessoa. Anualmente, ele tem acompanhando e narrado em imagens os sentimentos de crianças com microcefalia por Síndrome Congênita do Zika vírus – SCVZ.
Para além da arte, Walmar explicou que se trata, também, de um trabalho social: “A ideia dessa obra é tentar sensibilizar pessoas, no intuito de direcionar o olhar para essas crianças”. Ele afirmou que algumas delas estão, agora, passando por dificuldades e o objetivo é ajudá-las a viver dignamente. Os registros, que são feitos anualmente, retratam a progressão dos pequenos. “Elas têm deficiência, mas são iguais a mim e a você. Elas só têm a dificuldade de andar e se expressar. Elas têm amor, têm sentimentos”, acrescentou Camila Bianca, vice-presidente da Associação Mães de Anjos da Paraíba (AMAP), que reúne mães, de todo a Paraíba, que lutam pelos direitos das crianças acometidas.
Após dois anos de restrições que impossibilitavam o Centro Cultural de receber o público e, consequentemente, fazer exposições, a diretora Maria Luiza também enfatizou a importância de tornar visível essa realidade “É um impacto na sociedade, porque as pessoas, muitas vezes, não querem ver. (…) É uma realidade para nós, hoje, no Brasil. Precisam de ajuda, precisam aparecer, precisam dizer ‘nós existimos’.
“Esta é uma Casa que nunca esteve distante do debate. Ela sempre trouxe o debate. (…) Então, essa Exposição vem, mais uma vez, assim como a ‘Desertos’, contribuir com esse princípio inclusivo da Câmara Municipal de João Pessoa”, concluiu Márcia Gadelha, assessora do Centro.
Os registros ficam em exposição entre os dias 14, 15 e 16. Nos dois primeiros dias, estará aberta no horário de expediente normal da Câmara Municipal, das 8h às 14h, e, no último dia, o encerramento acontecerá às 13h. De acordo com Walmar, os interessados em ajudar devem procurar a AMAP para orientações.