Frente Parlamentar da Educação vai investigar suposto caso de racismo e bullying nas escolas

por Clarisse Oliveira e Haryson Alves — publicado 24/04/2019 21h00, última modificação 30/06/2019 16h16
A vereadora Eliza Virgínia (PP) e o vereador Carlão (DC) destacaram que é preciso ter cautela no julgamento dos casos, antes que haja investigação

A vereadora Eliza Virgínia (PP) afirmou, na sessão ordinária desta quinta-feira (25), que a Frente Parlamentar da Educação da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) vai investigar o suposto caso de racismo e a transferência de alunos das escolas por motivos bullying. A parlamentar afirmou que esses casos precisam ser investigados mais profundamente antes de serem julgados pela sociedade.

Eliza Virgínia usou o exemplo do suposto caso de racismo, no qual uma menina de 12 anos teria sido agredida verbal e fisicamente pela tia de um colega, dentro da própria escola que estudava. O caso ganhou notoriedade nas redes sociais. Na última terça-feira (23), a Câmara aprovou um voto de solidariedade à família da criança pela suposta agressão. A parlamentar pediu para retirar sua assinatura do requerimento quando viu uma nota de esclarecimento da suposta agressora afirmando inocência.

A vereadora leu partes da nota de esclarecimento em que a suposta agressora disse ter sido julgada e condenada sumariamente, sem qualquer direito de defesa, destacou que tem uma reputação ilibada e declarou inocência. “Encerro essa nota exaltando a minha inocência e deixando claro que nunca agredi ou injuriei a menor de idade em questão ou qualquer outro menor em toda a minha vida”, informa nota lida por Eliza Virgínia durante pronunciamento.

A parlamentar reforçou que é muito importante todos terem cautela quando se posicionarem sobre um assunto tão delicado, que ainda não foi investigado. “Nós, como Frente Parlamentar da Educação, vamos investigar. Esse caso precisa de esclarecimento. A CMJP não pode cometer excessos, nem injustiças”, enfatizou Eliza.

O vereador Carlão (DC) também abordou o assunto, em pronunciamento, e defendeu que ninguém pode se autonomear ‘juiz de rede social’, condenando qualquer pessoa sem pressuposto algum. Segundo o parlamentar, existem coisas que podem ser resolvidas no diálogo. “Nem tudo é crime de machismo, homofobia ou racismo. O diálogo e o respeito devem prevalecer sempre e, nesta situação, temos pais e filhos que sofrem”, salientou.

Para o parlamentar, se as pessoas tivessem lido apenas um parágrafo da nota de esclarecimento da suposta agressora da criança, não haveria a tentativa de desconstrução das ideias referentes ao suposto ocorrido. “Você ou alguém de sua família pode ser vítima de histórias mal contadas, de verdades maculadas, de narrativas vinculadas a grupos políticos, de histórias de machismo, homofobia e de esquerdistas”, exemplificou.

“É triste ver que uma situação que aconteceu na frente de uma escola foi levada para as mídias e redes sociais, condenando pessoas como se o que tivessem dito sobre aquilo fosse verdade. Hoje, podemos construir ou destruir pessoas com a nossa opinião, em apenas um clique, pelo nosso celular”, observou Carlão.