João Pessoa celebra a 20ª edição do Dia das Mulheres Negras da América Latina e do Caribe

por Clarisse Oliveira — publicado 24/07/2018 21h00, última modificação 04/07/2019 11h11
Neste 25 de julho também é comemorado o Dia de Teresa Benguela, líder quilombola que resistiu a escravidão por 20 anos

Nesta quarta-feira (25) é comemorado o Dia das Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, além do Dia de Teresa Benguela, líder quilombola que resistiu bravamente contra a escravidão por duas décadas. A data tem como objetivo de refletir sobre a situação das mulheres negras do país, na condição de exploradas e oprimidas da sociedade.

Para celebrar o dia, acontece a 20ª edição do 25 de julho na Paraíba, ás 16h, na Sala Vladimir Carvalho, Usina Cultural Energisa, Tambiá. O evento vai contar com Cirandeiras de caiana dos crioulos; Lançamento do Encontro Nacional de Mulheres Negras; Feira Preta; Conferência Branquitude e Mulheres Negras, com a participação da psicóloga social, Cida Bento, especialista em igualdade racial e articulação de mulheres negras Brasileiras.

Para a vereadora Sandra Marrocos (PSB), já existe uma sub-representação feminina na sociedade. “Quando fazemos um recorte de raça, essa sub-representação se torna muito mais profunda nos espaços de poder. Nós, mulheres negras, sofremos mais violência em todos os aspectos. Queremos trazer mais visibilidade, pois as mulheres negras são muito mais oprimidas e maior número de mulheres em situação de pobreza. Nós existimos e resistimos em caminhada pelo bem viver”, afirmou.

Dados

Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 10% das mulheres negras completam o ensino superior. Embora as mulheres estejam avançando mais nos estudos, elas continuam ganhando menos do que os homens.

Risco de vida e violência: as mulheres negras correm duas vezes mais risco de vida do que as mulheres brancas. Além disso, todas as violências de gênero também acontecem em dobro quando a vítima é a mulher negra, seja violência física, obstétrica, assassinatos e estupros.

Classe: são as mais pobres, as que têm menos oportunidades, que ganham menos e vivem, praticamente, sem mobilidade social. Essa situação ainda é pior na região Nordeste.