Líder da situação teme uso eleitoreiro de “CPI da Lagoa”
"Como faremos uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para analisar um relatório? Qual a força que os vereadores têm para analisar uma relatoria? A Controladoria-Geral da União (CGU) é maior do que a gente. Ela faz recomendações para se cumprir”, afirmou o líder da bancada da situação da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), Marco Antônio (PPS), na sessão ordinária desta quinta-feira (10).
O líder criticou os motivos da oposição para protocolar a “CPI da Lagoa”, que pretende investigar supostas irregularidades nas obras de revitalização da Lagoa do Parque Solon de Lucena, com base em fatos apontados em relatório da CGU. O documento sinalizou inconsistências em relação à execução das obras e indícios de superfaturamento na ordem de R$ 9,6 milhões.
Durante pronunciamento, o parlamentar afirmou que o instrumento da CPI serve para analisar um fato determinado, e não um documento. Ele destacou também que o prefeito da Capital, Luciano Cartaxo (PSD), atendeu às recomendações feitas pela CGU.
Marco Antônio teme o uso indevido da CPI, pela bancada de oposição, para fins eleitoreiros. “Não podemos transformar um instrumento sério de investigação, como a CPI, em uma ferramenta de interesse eleitoral. Cabe a gente ter esse cuidado. Por que essa CPI não foi proposta em 2014, quando todos podiam ver montanhas de lixo próximo à Lagoa? Naquele momento, era um fato. A gente tem que ver onde estão os fatos, onde está a verdade”, destacou.
Os vereadores Marmuthe e Benilton Lucena, ambos do PSD, se acostaram ao pronunciamento de Marco Antônio. “É lamentável presenciar momentos de antecipação eleitoral como este. Não estou colocando em cheque a conduta ilibada da CGU, mas tenho o direito de discordar do que está ali. Relatórios são feitos por homens, e homens falham. A CGU não pode errar?”, questionou Marmuthe.
Já os parlamentares Raoni Mendes (PTB) e Bruno Farias (PPS) discordaram do pronunciamento e dos apartes proferidos.
“Entendo a vontade de querer transformar um debate importante da cidade em assunto eleitoreiro, mas não vou por esse viés. Faço uma reflexão sobre uma obra que era para ser entregue ano passado, e pergunto o porquê de não ter sido cumprido o cronograma. Inaugurar obra em ano eleitoral pode, mas fiscalizar não pode? Se a CGU pode errar, então provem”, sugeriu o oposicionista Raoni Mendes.