Líderes da situação e oposição debatem a situação da barreira do Cabo Branco

por Paulo de Pádua — publicado 21/05/2018 21h00, última modificação 02/07/2019 10h12
Assunto foi tema de discussão entre os vereadores Milanez Neto (PTB) e Leo Bezerra (PSB) durante a sessão desta terça-feira (22), na Câmara Municipal de João Pessoa

Durante a sessão ordinária desta terça-feira (22), o vereador Milanez Neto (PTB), líder da situação, rebateu, em seu pronunciamento na tribuna, as criticas feitas pelo ex-secretário João Azevedo, pré-candidato ao Governo do Estado pelo PSB, sobre a situação atual da barreira do Cabo Branco. Azevedo esteve no local, pela manhã, e afirmou que o problema de erosão da barreira já poderia ter sido resolvido pela atual gestão municipal.

Entretanto, Milanez Neto ressaltou que, com essa postura, o ex-secretário estadual quer passar para opinião pública que não foi da gestão onde o problema teve início, nem teria participado do desmatamento da área para a construção do prédio da Estação Ciências.

“O assunto que eu trago é muito sério. Eu vi hoje o ex-secretário João Azevedo indo visitar a barreira do Cabo Branco. Até parece que ele não passou pela administração pública. Que ele não teve participação no desmatamento e na construção da Estação Ciências”, comentou o líder do Governo, negando que o problema tenha surgido na gestão de Cartaxo.

O parlamentar lembrou que foram encaminhados, na época, vários ofícios de setores da Prefeitura ao então secretário Azevedo. “Sabe qual foi a providência? Nenhuma!”. O vereador cobrou, na oportunidade, a instalação do restaurante Panorâmico, segundo ele anunciado e prometido pela gestão anterior.

O líder governista lamentou, também, que o escritório de Oscar Niemeyer não tenha sido convidado para participar da inauguração da obra. “Será que o projeto de Oscar Niemeyer foi realmente executado?”, questionou Milanez. Ainda segundo ele, a Prefeitura da Capital espera investir R$ 84 milhões para consertar um problema na barreira que poderia não ter ocorrido.

Para Milanez Neto, os R$ 84 milhões poderiam ser usados para a melhoria da mobilidade urbana, da saúde pública, para a construção de mais escolas de tempo integral, além do melhoramento salarial de várias categorias de servidores do município. Ainda no seu pronunciamento, o líder da situação destacou e parabenizou o trabalho da diretora do Estação Ciências, Mariane Góes.

Líder da oposição rebate

O líder da oposição na CMJP, vereador Leo Bezerra (PSB), também ocupou a tribuna da Casa para dizer que não vê problema nenhum em o ex-secretário João Azevedo fazer, mais uma vez, uma visita a barreira do Cabo Branco. Ele lembrou que alguns vereadores, que hoje estão criticando a ida do ex-secretário ao local, em outros mandatos defendiam fielmente uma solução para a barreira e até criticavam o atual gestor municipal.

No seu pronunciamento, Leo colocou em xeque a obra de drenagem que vem sendo realizada pela Prefeitura. “Uma drenagem que ele (Cartaxo) diz que está fazendo. Ninguém sabe quando iniciou, quando vai terminar. Ninguém entende, verdadeiramente, o que o prefeito Luciano Cartaxo está fazendo na Prefeitura de João Pessoa”, declarou o socialista.

O vereador vai solicitar dos governistas que apontem uma obra da administração municipal, durante esses cinco anos de mandato do atual prefeito. “Já perguntei inúmeras vezes: uma obra do prefeito? Ninguém consegue nos responder. A barreira do Cabo Branco está abandonada, a passagem molhada da avenida Beira Rio não termina”, enumerou.

Bezerra informou que a barreira está “sangrando”, sem nenhuma solução até hoje. “A falta de respeito com o patrimônio histórico do nosso município. Uma obra de Oscar Niemeyer, objeto de estudo de diversos engenheiros e arquitetos, que visitam nossa acidade e não tem o privilegio de visitar o local”, lamentou.

Apartes

No plenário, os vereadores Carlão (PSDC) e Lucas de Brito (PV) apartearam Milanez. “Vereador Milanez, escutar sua fala, no dia de hoje, é ouvir a verdade”, afirmou Carlão, que aproveitou seu momento de aparte para fazer duras criticas a questão da segurança pública do Estado.

Lucas de Brito ressaltou, por sua vez, que o empreendimento foi entregue de forma inacabada para a população. O vereador entende que o sistema de drenagem de águas pluviais foi executado de forma completamente equivocada.

“A própria construção da Estação Ciência, com aquele desflorestamento de Mata Atlântica, contribuiu indiscutivelmente para a aceleração do processo de erosão da barreira”, observou Brito.