Ministra do TST recebe cidadania pessoense

por Haryson Alves — publicado 28/03/2019 21h00, última modificação 04/07/2019 16h01
Colaboradores: Fotos Olenildo Nascimento
Humberto Pontes (Avante) foi autor da honraria, justificada pela ação da magistrada na área da justiça trabalhista

A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) concedeu o Título de Cidadania Pessoense à ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Delaíde Alves Miranda Arantes. A honraria foi proposta pelo vereador Humberto Pontes (Avante), e entregue em sessão solene, na manhã desta sexta-feira (29), no auditório do Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (TRT-PB), onde a magistrada participou de um evento sobre segurança do trabalho.

Humberto comentou que, desde que assumiu seu mandato na CMJP, sempre se preocupou em levar à população a importância do “Abril Verde”, iniciativa que dedica o mês às discussões, conscientização e prospecção de políticas públicas referentes à segurança do trabalho e das doenças ocupacionais.

“A ministra é coordenadora nacional do ‘Programa Trabalho Seguro’. Ela tem uma atuação direcionada a esta bandeira, que é bastante defendida pelo nosso mandato, e é uma liderança nacional totalmente envolvida nesse tipo de ação. Então, nada mais justo do que o reconhecimento unânime dos vereadores de João Pessoa desse trabalho, que deságua na vida de cada um dos trabalhadores brasileiros, inclusive os pessoenses”, comentou Humberto Pontes.

Com 66 anos, a mais nova cidadã pessoense nasceu em Pontalina, cidade do interior de Goiás, em 1º de março. Atuou como doméstica, vendedora em loja automotiva e advogou por 30 anos. “A sensação é de que está havendo um coroamento do trabalho que fiz durante toda minha vida, pensando no coletivo, algo que tem bastante em comum com a política, que é uma representação do povo. Estou lisonjeada. Fico muito feliz e agradecida a todo o povo de João Pessoa e aos 27 vereadores, representantes dessa população”, agradeceu a ministra.

O recado que a magistrada deixou, dedicado principalmente às causas feministas, foi o de que as mulheres não esqueçam da tortura que o preconceito causa, diariamente, nas mais simples situações. Ela pediu para que homens e mulheres lutem contra tais brutalidades.

“Não podemos esquecer que somos vítimas, todo dia, de algo que acontece naturalmente, nas mínimas e mais sutis atitudes. A legislação da Organização Internacional do Trabalho garante, desde 1951, antes do meu nascimento, a mesma remuneração entre homens e mulheres para igual trabalho. Até hoje, isso é algo que não é efetivado. Essa igualdade é garantida na Constituição Federal, no Código Civil de 2012, e em diversas normas internacionais”, informou, Delaíde Alves Miranda, chamando a sociedade para fazer valer a justiça, também, nas relações de trabalho.

Em 2011, Delaíde foi indicada em lista sêxtupla pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para ocupar uma vaga de ministra do TST, tendo seu nome votado em lista tríplice pelos membros do tribunal e, por fim, sendo escolhida pela então presidenta do Brasil, Dilma Rousseff.