Ofício da Caixa não desqualifica relatório da CGU acerca da Lagoa, defende vereador
O vereador Raoni Mendes (DEM) reafirmou o valor do relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) que identificou possíveis irregularidades nas obras de revitalização do Parque Solon de Lucena (Lagoa). Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (27), na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), o democrata se colocou contra os argumentos do bloco situacionista na Casa, expostos em reunião realizada nesta segunda-feira (25), para contrapor as informações do documento da CGU, baseados em ofício emitido pela Caixa Econômica Federal (CEF).
“A CGU reafirma as informações contidas em seu relatório e trata o documento exposto na reunião do dia 25, na CMJP, como um simples ofício emitido ao Ministério das Cidades”, comentou Raoni, ao citar a matéria veiculada nesta quarta-feira (27) pelo portal “Paraíba Já” sobre o assunto. O parlamentar ainda salientou que o chefe da CGU na Paraíba, Gabriel Aragão Wright, disse na reportagem que o documento da CGU é um relatório técnico que não foi baseado em “achologia”.
O democrata também lembrou que, para o evento da última segunda-feira (25), não foram convidados órgãos que dariam uma opinião contraditória à da bancada governista no Legislativo.
“Não convidaram o Conselho de Transparência, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-PB), os órgãos do patrimônio histórico, a CGU, entre outros. Ensaiaram perguntas e respostas com muito esmero para a situação. A mim impressiona a capacidade de camuflar a verdade, pois não houve nenhum contraditório nesta Casa. A quem os vereadores querem prestar serviço? Onde estavam os órgãos fiscalizadores? Ouvir apenas aquilo que quero é muito bom”, afirmou Raoni.
Para o vereador, na reunião da última segunda-feira (25), tentaram desqualificar o relatório da CGU e o que foi lido na CMJP foi apenas um ofício da CEF.
“A Caixa não pode fiscalizar, auditar e investigar. Cabe a nós, vereadores, fazer a investigação. Será que em sã consciência vamos corroborar com o roubo de R$ 10 milhões? Num Brasil que está sendo passado a limpo, permitam que a bancada situacionista da CMJP subscreva o pedido de investigação que solicita a instauração de uma CPI da Lagoa. Lembro que a solicitação não é uma condenação, e, se os situacionistas confiam na probidade do líder do Executivo, que a subscrevam”, solicitou Raoni.
Apartes
Em resposta, o situacionista Bira (PSD) disse que seria estranho se o chefe da CGU dissesse que o relatório da entidade estava errado. “A Caixa é partícipe do processo a partir do momento em que é uma instituição fomentadora, e que a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) só faz o pagamento e realiza as ações com o aval da Caixa. Por mais que tentem desqualificar o ofício da CEF, ela é uma instituição que acompanha todas as obras do Governo Federal, e isso tem que ser levado em consideração”, destacou.
Já o oposicionista Bruno Farias (PPS) lembrou que, por mais importantes e bonitas que sejam as obras do Governo Municipal, elas não podem ser objeto de desvio, superfaturamento, nem de corrupção. “O relatório da CGU é devastador, e a Caixa fiscaliza o contrato de repasses, nada mais que isso. Assim, colocando os pingos nos 'is', comprovou-se que a CPI da Lagoa deve ser instalada para ontem”, defendeu.