Parlamentar aborda a Saúde do Município na tribuna da CMJP
A Saúde do Município foi o tema do pronunciamento do vereador Raoni Mendes (DEM), na tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), durante a sessão ordinária desta terça-feira (5). O parlamentar abordou as reivindicações dos servidores da área no Município e os problemas do Hospital Ortotrauma de Mangabeira, mais conhecido como “Trauminha”.
“Vivemos e assistimos nos últimos dias, em nossa cidade, algo que não víamos há tempos: a mobilização de categorias na luta por seus direitos. Destaco a categoria médica lutando contra perdas salariais e a forma intransigente com que a Gestão lidou com a questão. Uma completa falta de planejamento em pensar a cidade para o futuro. Notamos o descaso com os fisioterapeutas, técnicos em enfermagem e nutricionistas, que não foram contemplados com a incorporação da gratificação no vencimento para efeitos na aposentadoria”, destacou o parlamentar.
Na ocasião, o vereador destacou a incorporação de 100% da Representação por Atividade Médica (RAM) para fins de aposentadoria dos médicos do Município, aprovada pela CMJP. De acordo com ele, os médicos receberão, ao se aposentarem, não só o vencimento base, como antes, mas agora será acrescida a RAM. O processo se dará gradativamente à remuneração dos profissionais que prestarem serviço ininterrupto, por, no mínimo 24 meses na rede municipal de saúde de João Pessoa.
“Após discussões da categoria e dos parlamentares na CMJP, a gratificação será acrescida ao salário em 20%, aos 24 meses de trabalho, até o limite de 100%, quando completados 120 meses de serviços prestados ao Município. Ou seja, o benefício foi concedido de forma parcelada, mesmo após exaustiva negociação”, enfatizou Raoni Mendes. Ele também pontuou que a proposta inicial da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) sugeria que os médicos incorporassem de 20% a 70% do total desse benefício, que seria absorvido permanentemente aos seus salários.
Atendimento no Trauminha
O parlamentar ainda apontou alguns problemas no Trauminha de Mangabeira e apresentou um vídeo com uma reportagem da TV Cabo Branco sobre o assunto, na qual são apresentados depoimentos de familiares de pacientes que alegam que há falta de materiais básicos, como gaze e esparadrapo, além de material cirúrgico.
“Assistimos, mais uma vez, pacientes clamando por atendimento e realização de cirurgias no Trauminha. O Hospital está sofrendo total descaso, em uma verdadeira convulsão social. O secretário municipal de saúde alega que extinguiu a chamada 'Fila do Osso', mas existem dois mil pacientes esperando para realizar uma cirurgia, o que demonstra que a 'Fila' continua. Eu tive acesso ao Hospital, e a falta de material básico para curativos é constrangedora”, alegou.
Ainda de acordo com Raoni Mendes, em 2012, 95% do que estava previsto na execução orçamentária da Saúde foi realizado. No início da atual Gestão Municipal, em 2013, o percentual caiu para 85%; em seguida 72%; e, no ano passado, a execução orçamentária foi de 63%. “Pacientes esperam mais de um ano para realização de exames de sangue. Para as mamografias, que antes sobravam, a espera é de seis meses. Foram mais de seis milhões de comprimidos vencidos que tiveram que ser descartados. É uma total falta de planejamento, e a Saúde de nosso Município vive um verdadeiro caos”, declarou o oposicionista.
Apartes
O vereador Bira (PSD) destacou que a incorporação das gratificações dos médicos era um problema antigo que foi solucionado nesta Gestão. Ele garantiu que, embora existam falhas na área de Saúde, o prefeito e o secretário municipal da pasta estão trabalhando para solucioná-las. Os vereadores Benilton Lucena (PSD), Sérgio da SAC (SD) e Marco Antônio (PHS) lembraram que os problemas da Saúde são crônicos em todo o País e sugeriram um esforço concentrado através de parcerias entre os Governos para solucionar a questão.
Já os vereadores Bruno Farias (PPS), Fuba (PT) e Lucas de Brito (PSL) falaram que o discurso de Raoni Mendes retrata a situação de caos por que passa a Saúde do Município. Eles também afirmaram que constataram pessoalmente os problemas apresentados, como a falta de material básico para curativos.