Parlamentar apresenta PL que cria Dia Municipal do Coco de Roda e da Ciranda
Na manhã desta quarta-feira (12), o principal tema do pronunciamento da vereadora Sandra Marrocos (PSB) foi a apresentação do Projeto de Lei (PL) 1724/2020, de sua autoria, que cria o Dia Municipal do Coco de Roda e da Ciranda, na Capital paraibana. Da tribuna, a parlamentar fez uma explanação sobre os principais pontos da matéria que vai tramitar pelas Comissões Permanentes da Casa Napoleão Laureano.
“Vamos celebrar a criação do ‘Dia Municipal do Coco de Roda e da Ciranda’, para realizar o resgate da cultura popular em nossa Capital. Criar esse dia é fortalecer e dar visibilidade à cultura genuinamente paraibana para eternizá-la na história”, justificou a vereadora.
De acordo com o documento, fica estabelecida o dia 26 de julho de cada ano para celebração, por ser uma data associada a Sant’Ana ou Santana, representativa para os mestres desta tradição cultural. “Em diálogo com as (os) mestras e mestres e grupos ficou acordada para se tornar o dia Municipal do Coco de Roda e Ciranda a data 26 de julho, dia em que se comemora Sant'Anna, data que encerra o ciclo junino e extremamente representativa para os grupos e mestras (es), quando num passado não tão distante, e hoje em menor número, se acendiam fogueiras em frente às casas e se faziam festas de Coco de Roda e Ciranda por toda a cidade”, ressaltou.
Segundo a parlamentar, João Pessoa ainda vive fortemente essa tradição. Ela explicou que foram mapeados seis bairros com referências culturais vivas dessas tradições e grupos: Cirandeiras (os) do Vale do Gramame (Engenho Velho - zona rural de João Pessoa), Ciranda dos Tupinambás (Mandacaru), Vó Mera e suas Netinhas (Rangel), Ciranda do Sol (Bairro dos Novais), mestra Carminha (Penha), Mestre Seu Vanda (quilombo Paratibe, atualmente morador do bairro Colinas do Sul).
“O coco de roda em nossa cidade tem caráter não só profano, mas adentra também os terreiros onde se professam as religiões de matriz africana, em especial a jurema sagrada, nestas casas ganham caráter mágico e em formato de pontos são os cânticos entoados para que as entidades espirituais cheguem à gira e se divirtam com a brincadeira que tanto lhes fez felizes nos tempos em que habitavam o mesmo plano que nós”, destacou a parlamentar.
Para a vereadora, diante de tamanha importância histórica, social e política dessa manifestação cultural que ainda se esconde nos rincões da Capital, nada mais justo do que valorizar uma tradição que habita o imaginário da população. Se aprovada na CMJP e sancionada pelo Executivo Municipal a lei entrará em vigor na data de sua publicação.