Parlamentar apresenta Voto de Solidariedade à Pastoral da Igreja das Neves
A vereadora Sandra Marrocos (PSB) usou a tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) para destacar um Voto de Solidariedade, aprovado unanimemente pela Casa, à Pastoral da Igreja das Neves. De acordo com a parlamentar, os membro da Pastoral, que fazem distribuição de alimentos para moradores de rua pelo centro da Capital, foram impedidos de realizar o ato solidário, de forma truculenta, por órgãos da Gestão Municipal.
“Participei da Pastoral da Perseverança e sei o que fazem as pessoas que transformam suas vidas em um canal de solidariedade, dispondo do seu tempo para ajudar as pessoas que precisam. É o que faz Zill Bezerra, responsável pelo Encontro de Casais com Cristo (ECC), da Pastoral da Igreja das Neves, que tem um trabalho de distribuição de alimentos em vários pontos da nossa cidade, inclusive na Praça João Pessoa, e que ontem teve seu ato solidário impedido de ser realizado, de forma truculenta, pela Gestão Municipal da nossa cidade”, destacou a vereadora.
Sandra Marrocos informou ainda que Aline Araújo, membro de um grupo que também realiza ações de solidariedade no Centro da Capital, avisou que o Projeto Social Vagalumes – cujos integrantes utilizam as artes do circo, da música, do teatro e da poesia em suas atividades, além da distribuição de alimentos – e o Projeto Noite da Ternura – que distribui quentinhas aos moradores de rua da cidade – não vão realizar as ações da semana por receio de represálias.
“A Prefeitura, além de não fazer está impedindo que se realize em nossa cidade esse ato de humanidade. Zill chorou ao telefone falando comigo hoje, relatando que foram tratados como marginais por servidores das secretarias de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Desenvolvimento Social (Sedes) e a Guarda Municipal (GM). A ação não aconteceu de forma respeitosa”, ressaltou a vereadora.
Sandra Marrocos destacou que os gestores propuseram uma reunião para discutir uma parceria entre eles, para que a distribuição de alimentos seja realizada via Restaurante Popular. “A Pastoral não é uma ONG, é um projeto social. Não dá para impedir a distribuição de alimentos e sugerir que se faça essa distribuição através de um trabalho social que deve ser prestado pela Prefeitura. Estão querendo é higienizar o Centro da cidade como fizeram no Porto do Capim”, alegou.
A parlamentar também enfatizou que as pessoas em situação de rua da cidade precisam de ações sociais que lhes permitam voltar a ter esperança de inclusão e de libertação das drogas, vícios que muitos adquirem ao chegar em tal situação. “Não se pode criminalizar a pobreza, nem empurrar para debaixo do tapete, com truculência, as mazelas da cidade. Existia uma ‘Casa de Acolhida’ na cidade, que foi fechada. Essas pessoas da Pastoral fazem um trabalho de solidariedade com quem, muitas vezes, não têm nada para comer durante o dia, sendo essa sua única refeição”, refletiu.
A vereadora ainda informou que tramita na CMJP o Projeto de Lei (PL) 788/2018, de autoria do vereador Marcos Vinícius (PSDB), preconizando que o Poder Público Municipal deve manter, na cidade de João Pessoa, serviços e programas de atenção à população em situação de rua, garantindo padrões éticos de dignidade e não violência na concretização de mínimos sociais e dos direitos de cidadania a esse segmento.
Em apartes, os vereadores Marcos Henriques (PT), Eliza Virgínia (PP) e Sérgio da SAC (Solidariedade) corroboraram com as palavras de Sandra Marrocos e destacaram a importância dessas ações solidárias para transmitir esperança às pessoas em situação de rua. “Precisamos conversar sobre essa questão, mas não se pode impedir a realização desse ato de amor’, comentou Eliza Virgínia.