Parlamentar comenta relatório do CRM-PB sobre o Trauminha de Mangabeira

por Damião Rodrigues — publicado 12/04/2016 21h00, última modificação 08/07/2019 11h37
Bruno Farias (PPS) salientou que o relatório apurou distorções identificadas em outro parecer, elaborado em 12 de junho do ano passado

O vereador Bruno Farias (PPS) usou a Tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na sessão ordinária desta quarta-feira (13), para comentar sobre o relatório do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB). O documento aponta diversas irregularidades no Complexo Hospitalar Tarcísio Burity, o Ortotrauma de Mangabeira ou Trauminha.

“A expressão correta é estarrecimento com o relatório sobre o Trauminha que o portal Paraíba Já divulgou, na íntegra e com exclusividade, ontem (12). Ele traz uma radiografia completa dos problemas apresentados no Hospital. Expressões como 'setores sem a mínima condição para funcionamento'; 'devia estar fechado'; 'situação vexatória'; 'funcionários trabalham em situação de guerra'; e 'não deveria estar nem com as portas abertas', estão evidenciadas no relatório ou nas entrevistas dos médicos do Conselho. Fiquei assustado”, relatou Bruno.

O parlamentar salientou que o relatório foi realizado para apurar as distorções identificadas em outro parecer de fiscalização, elaborado em 12 de junho do ano passado. De acordo com Bruno, o novo relatório deixa claro que “o hospital está em situação caótica e deplorável, ferindo os direitos dos pacientes da cidade”.

Bruno evidenciou alguns pontos do diagnóstico, tais como: quantidade de roupa hospitalar insuficiente; leitos forrados com roupas trazidas das residências dos usuários; pacientes que aguardam cirurgias há mais de 30 dias, inclusive com risco de sequelas permanentes; a visível falta de higiene nos diversos ambientes, inclusive com presença de baratas em enfermarias, documentada através de fotografias; falta de medicamentos; e o desconforto das enfermarias por falta de ventilação e climatização.

“Em sua conclusão, o relatório afere que as irregularidades encontradas na fiscalização anterior não foram sanadas e estão até mesmo agravadas. A precariedade da assistência prestada pelo Complexo aumentou e coloca em risco a vida de pacientes. Ela permite a ocorrência de infecções e propicia o risco de desenvolvimento de micro-organismos com alta resistência aos tratamentos tradicionais, submetendo os pacientes a uma verdadeira tortura. Incompetência e incapacidade são o binômio que toma conta do hospital”, finalizou o vereador.

Apartes

O líder da oposição na Casa, vereador Renato Martins (PSB), alertou que o CRM-PB não divulgou o relatório, apenas encaminhou ao Ministério Público (MP), que publicizou o documento. “O parecer é um retrato inequívoco sobre a situação do hospital. Esses problemas evidenciam a falta de capacidade e a incompetência desta Gestão”, enfatizou Renato.

Segundo o líder da situação, Marco Antônio (PHS), o grande problema da Saúde é o subfinanciamento, ou seja, orçamento abaixo do que é necessário. Ele informou que, em 2015, houve no Trauminha 5.251 cirurgias, e que, de janeiro a março deste ano, das 1.529 internações contabilizadas no Complexo, 902 eram de pacientes da Capital e 627 de outros municípios.

“Esta Gestão jamais fechará algum hospital, como fizeram outras administrações. Os problemas existem, mas serão resolvidos. Acho que não se pode justificar o fechamento do Ortotrauma devido ao que a vistoria do CRM-PB apontou, visto que seria pior se ele fechasse” comentou Marco Antônio.