Parlamentar critica ‘vaciladas’ do Governo Federal em menos de um ano de gestão

por Damião Rodrigues — publicado 05/09/2019 15h17, última modificação 05/09/2019 15h17
Colaboradores: Fotos: Olenildo Nascimento
Segundo Marcos Henriques (PT), a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) cometeu 81 vaciladas nesse período, o que corresponde a uma média de um vacilo a cada 10 dias

 

O vereador Marcos Henriques (PT) usou a tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na sessão ordinária desta quinta-feira (5), para comentar sobre os quase nove meses de gestão do atual Governo Federal. De acordo com o parlamentar, a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) cometeu 81 vaciladas nesse período, o que corresponde a uma média de um vacilo a cada 10 dias.

“O presidente Jair Bolsonaro (PSL) agrediu o primeiro ministro da França, Emmanuel Macron, e sua esposa, Brigitte Macron, chamando-o de franga e ela de dragão. Esse presidente fala o que quer, sempre de maneira irresponsável. Agora ataca o pai da ex-presidente do Chile, Michelle Bachelete, lembrando da morte dele. Isso é muito ruim, tensiona nosso país com o mundo e chega a diminuir a nossa balança comercial, que era de R$ 113 bilhões e caiu para R$ 111 bilhões. Já perdemos R$ 2 bilhões em um ano. Este Governo vai afundar nosso país”, comentou o vereador.

Marcos Henriques elencou algumas ações e atitudes de membros do Governo Federal que considerou vaciladas, “por não encontrar termo melhor”. Entre o que avaliou como vaciladas, o vereador destacou: a mulher de ministro das Relações Exteriores pegou carona em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para passar férias em Paris, na França; o ministro da Educação, Abraham Weintraub, escreveu duas vezes a palavra “paralisação” usando a letra “z” em ofício endereçado ao ministro da Economia, Paulo Guedes, além de chamar Macron de cretino em sua conta oficial no Twitter; o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP), filho do presidente e postulante ao cargo de embaixador nos Estados Unidos, em seu Twitter, chamou Macron de idiota; o Ministério da Educação (MEC) fez novos cortes e não irá financiar nenhum novo pesquisador este ano.

“Acho que essa família e este Governo sentem prazer em agredir as Nações. Cada dia fico mais indignado com os desmandos deste Governo Federal, que nos envergonha diante das outras Nações. São R$ 926 milhões cortados da Educação para pagar emendas de parlamentares que votaram a favor da reforma da previdência. As universidades vão passar por momentos de recessão, não haverá dinheiro nem para pagar a água”, ressaltou.

O vereador ressaltou que o presidente Jair Bolsonaro chamou de “herói nacional” o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que chefiou o Destacamento de Operações de Informações (DOI-CODI) em São Paulo e ficou conhecido como um dos maiores torturadores da ditadura.

O parlamentar ainda destacou que, após se desentender com o presidente da República, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inep), Ricardo Magnus Osório Galvão, foi exonerado. Bolsonaro acusou o Inep de mentir sobre dados do desmatamento e agir a serviço de alguma organização não governamental.

“Ele exonerou uma das maiores autoridades na área. Os dados apresentados pelo Inpe são verdadeiros. Esse presidente defende a ação de grileiros e latifundiários que vão devastar nossa Amazônia, que, em seu dia, não tem nada a celebrar. Ele nega o aquecimento global e diz que ecologia é coisa de vegano, que só come mato. Ainda disse que o programa ‘Mais Médicos’, que atendeu milhões de pessoas em nosso país, era um grupo guerrilha. Tudo na visão desse Governo que pratica uma política de exclusão social”, lamentou.