Parlamentar critica ações políticas do Governo Federal

por Damião Rodrigues — publicado 06/05/2019 21h00, última modificação 04/07/2019 19h43
O vereador Marcos Henriques (PT) afirmou que a miséria está sendo institucionalizada no Brasil

O vereador Marcos Henriques (PT) usou a tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na sessão ordinária desta terça-feira (7), para criticar as ideias políticas do Governo Federal. O parlamentar afirmou que a miséria está sendo institucionalizada no Brasil.

“Tenho um receio muito grande ao ver em quê o nosso país está se transformando. É um sentimento de indignação pelas decisões desse Governo Federal, que não se preocupa com os que mais precisam. Ele (o Governo) está institucionalizando a miséria em nosso país, pois está dando as costas aos pobres trabalhadores”, destacou o vereador.

Marcos Henriques salientou que a Reforma da Previdência tira a responsabilidade do Estado e dos empregadores e institui o financiamento da aposentadoria pelo próprio trabalhador. De acordo com o parlamentar, nos países que adotaram este sistema previdenciário, a exemplo do Chile, os trabalhadores aposentados estão recebendo benefícios menores que um salário mínimo. “Dos 30 países pelo mundo que usam o financiamento da previdência, 18 estão criando outras alternativas para tentar reverter as perdas dos aposentados”, revelou.

Ensino Superior

A redução de 30% das verbas destinadas às universidades e institutos federais, anunciada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), também foi citada durante o pronunciamento do vereador petista. “As nossas universidades e institutos estão perdendo 30% dos investimentos, porque o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que precisa tolher a autonomia das universidades e otimizar a educação. Isso vai afetar os hospitais universitários país afora, agravando a crise da Saúde, porque o Sistema Único de Saúde (SUS) utiliza os serviços desses hospitais para atender os menos favorecidos”, enfatizou.

 

Marcos Henriques ainda ressaltou que diversos centros de educação estão fechando as portas, deixando toda população pobre desassistida. Para ele, existe uma inversão de valores, na qual o povo está perdendo direitos conquistados anteriormente. “As universidades são fiscalizadas pelo Tribunal de Contas (TC) e abraçam todos os que pensam diferente. Esse Governo ainda tenta retirar a Sociologia e a Filosofia do currículo escolar, porque ensinam a pensar. Está proibido pensar em nosso país”, afirmou.

  

O parlamentar também comentou que as políticas realizadas pelo Governo Federal estão fechando o país, influenciando nas exportações. Ele criticou a liberação do uso de 120 tipos de agrotóxicos para agricultura, de acordo com ele, para envenenar toda a população. “É uma política que autoriza a matar. Em menos de seis meses, esse Governo está acabando com o nosso país. Estamos vivendo tempos terríveis por conta desta gestão desastrosa que está penalizando o pobre, o negro e a mulher. É lamentável. Fica aqui a minha indignação”, protestou.

Tiradentes na História

No final do seu pronunciamento, Marcos Henriques ainda questionou como o país veria o esquartejamento de Tiradentes, o mártir da Inconfidência Mineira. O vereador Bruno Farias (PPS) retrucou o questionamento, alegando que Tiradentes foi um mártir contra o abuso do Estado. “Tiradentes foi um liberal, que queria a diminuição do Estado letárgico, que sufoca o empreendedorismo e o povo. Ele foi um grito contra a subjugação da Coroa Portuguesa. Defendeu a liberdade. Ele foi um sentimento de revolta contra o saqueamento do Estado. Tiradentes foi um mártir liberal do Brasil”, arguiu.

Outros apartes

A vereadora Eliza Virgínia (PP) defendeu a mudança na legislação, sugerida pelo Presidente Jair Bolsonaro (PSL), para que "agentes de segurança pública" usem da "letalidade" para defender a população, para que, caso eles precisem usar armas, estejam amparados por lei.

O vereador Carlão (DC) falou que os investimentos da Educação estavam sendo mal usados. “As Universidades, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estão, muitas vezes, realizando outras ações, como eventos políticos, manifestações partidárias ou festas inadequadas para o ambiente universitário. O dinheiro destinado à Educação deve ser usado apenas para Educação”, alertou.

A parlamentar Sandra Marrocos (PSB) disse que o Governo Federal distila o ódio pelo país, incentivando a matança, ao invés de criar políticas de incentivo e prevenção contra à violência. Ela sugeriu o agendamento de uma audiência pública para discutir o assunto na CMJP.