Parlamentar defende castração química de estupradores

por Damião Rodrigues — publicado 30/05/2016 21h00, última modificação 17/07/2019 08h46
Eliza Virgínia protestou contra “os 33 monstros” que participaram do estupro coletivo de uma jovem, na semana passada, em uma favela no Rio de Janeiro.

A vereadora Eliza Virgínia (PSDB) usou a tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na sessão ordinária desta terça-feira (31), para defender a castração química de estupradores. Em seu pronunciamento, a parlamentar protestou contra “os 33 monstros” que participaram do estupro coletivo de uma jovem, na semana passada, em uma favela no Rio de Janeiro.

“Um homem não precisa drogar ou dopar uma mulher para levá-la para cama. Defendo a castração química destes estuprados, porque eles não têm capacidade de viver civilizadamente em sociedade. Uma parte da população acha que a culpa é da menina. E sabe o que é isso? A sociedade brasileira está ensinando que a mulher é objeto e deve ser agredida”, afirmou a vereadora. Ela exibiu um vídeo no qual aparece uma criança com uma garrafa de bebida proferindo a seguinte frase: “Bebo uma, depois vou dar tapa nas pu...”. “O problema não é a criança não. O pai é quem está ensinado esta barbaridade. Julguem vocês”, disse Eliza.

A parlamentar falou que, de acordo com o Mapa da Violência de 2015, a cada cinco minutos uma mulher é agredida no Brasil, e que os números de estupros são maiores do que os divulgados, porque muitos não são notificados, já que muitas mulheres não conseguem denunciar.

Eliza ainda comentou um caso de estupro apresentado no documentário “As Filhas da Índia”, durante o qual uma jovem é estuprada com requintes de crueldade e as pessoas não tiveram coragem de socorrer. “A sociedade precisa reagir para coibir a violência contra as mulheres. Precisamos ensinar nossas crianças a respeitarem as mulheres. Temos que acabar com a cultura do bandido bonzinho”, defendeu a vereadora.

Apartes

A vereadora Raíssa Lacerda (PSD) falou que a sociedade precisa combater o machismo dentro de casa e que a Lei Maria da Penha deve ser mais rígida, pois deixa algumas brechas para livrar quem pratica violência doméstica. O vereador Helton Renê (PCdoB) disse que não haverá norma que resolva o problema da violência contra a mulher se não houver uma educação familiar de base. “É necessário reeducar a sociedade”, disse.

Já o vereador João Almeida (SD) falou que existe uma “política da libertinagem”, e que afrontar à Bíblia virou arte. “Existe uma política de desmoralizar a sexualidade das pessoas. Precisa haver uma política de governo para valorizar os princípios da sociedade”, pediu.

O parlamentar Bruno Farias (PPS) se disse estarrecido com a brutalidade do estupro que ocorreu no Rio de Janeiro e defendeu a “não violência”, independente da orientação sexual, gênero ou idade. “Não podemos aceitar qualquer tipo de violência contra qualquer pessoa. A defesa da vida é um valor inalienável. Esta Casa está na luta contra a 'Cultura do Estupro'”, afirmou Bruno Farias.