Parlamentar faz projeção da futura situação social, política e econômica do Brasil

por Damião Rodrigues — publicado 22/10/2019 15h49, última modificação 22/10/2019 15h49
Colaboradores: Fotos: Olenildo Nascimento
Marcos Henriques (PT) abordou a atual situação do Chile para projetar, em sua visão, o futuro da sociedade brasileira

O vereador Marcos Henriques (PT) usou a tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na sessão ordinária desta terça-feira (22), para solicitar que a população realize uma reflexão sobre a atual conjuntura política, social e econômica do Brasil. O parlamentar abordou a atual situação do Chile para projetar, em sua visão, o futuro da sociedade brasileira.

“Acordamos com a notícia de que o gás de cozinha vai ficar mais caro para os consumidores. O presidente de nosso país prometeu que o gás ficaria em 45 reais, mas, a partir de hoje, deverá chegar a 70 reais. Isso, um dia após a paralisação dos motoristas de ônibus de nossa cidade, que estão com seus salários atrasados; problemas com manchas de óleo no nosso oceano. Esses são alguns pontos que não poderia deixar de citar sobre nosso país”, comentou o vereador.

Marcos Henriques destacou que houve uma redução da ordem de 16% na “massa salarial” do Brasil, enquanto o montante dos grandes empresários aumentou 19,35%. De acordo com ele, o número de milionários do país vem aumentando paulatinamente, passando de 217 mil, em 2018, para 259 mil em 2019, com projeção de que chegará a 319 mil no próximo ano, “enquanto cresce a desigualdade social”.

“A pobreza aumenta consideravelmente em nosso país, e o mundo do trabalho está sofrendo com o aumento do desemprego, que castiga a população e aumenta os subempregos. Tudo por conta de uma política imperialista e neoliberal que se instala no Brasil. O atual Governo Federal está se guiando pelo modelo político do Chile, que passa por uma grande crise em sua econômica. A crise do Chile é mais profunda do que se pode imaginar. A população do Chile está nas ruas, porque não suporta mais o neoliberalismo. Seu sistema de aposentadoria não está conseguindo pagar sua massa de aposentados e a moeda está desvalorizada”, ressaltou o parlamentar.

O petista informou que, no Chile, as universidades públicas são mais caras que as universidades privadas do Brasil, que não há Sistema Único de Saúde (SUS) e que a área de Saúde é caótica, mesmo a população pagando caro. “O Chile é o prenúncio do que poderá acontecer no Brasil se a nossa população não reagir. Se não formos para as ruas dizer que não queremos a privatização de nossas escolas e hospitais, vamos ficar da mesma forma que o Chile. Paulo Guedes faz a mesma política do Chile. O povo do Chile e do Equador está nas ruas. É importante que esse ciclo neoliberal chegue ao fim, porque aqui no Brasil isto não vai funcionar”, ensejou o vereador.

Para o parlamentar, não adianta excluir o pobre da economia, porque essa mesma economia não vai se sustentar. Marcos Henriques ainda enfatizou que o país precisa de igualdade social, de menos concentração de renda e de melhoria do salário mínimo.

Apartes

O vereador Tibério Limeira (PSB) corroborou com o ponto de vista apresentado por Marcos Henriques. “Está claro que a população observa a América do Sul. O Chile, a Argentina e o Equador estão quebrados. O Brasil já está sendo desmontado pelo atual Governo Federal”, alertou.

Já a vereadora Sandra Marrocos (PSB) destacou que onze pessoas morreram nos confrontos das ruas do Chile. “O aumento da tarifa do metrô foi a gota d’água de uma política estrangulada, com uma previdência totalmente desconstruída, onde houve o aumento do suicídio, da fome e da desigualdade social. Mas, um levante surge na América do Sul. O Brasil precisa reagir, porque o levante popular da América Latina começou”, afirmou.