Parlamentar presta solidariedade à categoria dos policiais civis

por Damião Rodrigues — publicado 12/03/2019 21h00, última modificação 29/06/2019 11h54
Humberto Pontes (Avante) prestou solidariedade à família do investigador criminal João Roberto Leandro Moreno, que cometeu suicídio na última segunda-feira (11)

O vereador Humberto Pontes (Avante) usou a tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na manhã desta quarta-feira (13), para prestar solidariedade à família do investigador criminal João Roberto Leandro Moreno, que cometeu suicídio na última segunda-feira (11). O criminalista estava lotado na sede da 3º Delegacia Regional da Polícia Civil, da cidade de Patos.

“É mais um caso de suicídio de policial civil nessa região, sendo o terceiro em menos de dois anos. Não vi os órgãos de direitos humanos e o Governo de Estado se pronunciarem sobre isso”, lamentou o parlamentar.

De acordo com o vereador, João Roberto estava afastado da profissão por licença médica, devido ao estresse e à depressão decorrentes do trabalho exaustivo, assédio moral e perseguição, relatados por ele em vídeo. “A falta de respeito e valorização dos nossos policiais civis e o assédio moral são casos cada vez mais comuns entre os trabalhadores da segurança pública da Paraíba, homens e mulheres que lutam e defendem nossa sociedade, pondo em risco suas próprias vidas”, evidenciou.

Humberto Pontes alertou que a categoria sofre com casos de transferências injustificadas, e que vem lutando por condições dignas de trabalho, em substituição às situações precárias atuais. O parlamentar solicitou melhores estruturas para as delegacias, equipamentos de proteção pessoal e acompanhamento psicossocial do efetivo policial, que, segundo ele, deve ser disponibilizado pelo Governo a todo e qualquer agente de segurança pública do Estado.

“A valorização dos que integram as instituições policiais é um dever da administração pública. São profissionais que vivem sob pressão da instituição e da sociedade, e que jamais se omitem de defender a população. Não queremos policiais mortos para dizerem que são heróis. Comemoro, agora em março, 30 anos de serviço na Polícia Civil. Penei durante 12 anos como perito, e trago comigo o trauma dos choros. Precisamos tratar nossos policiais com atendimento psicológico e psiquiátrico”, defendeu o vereador.

Humberto Pontes ainda destacou que os policiais civis sequer possuem o benefício de plano de saúde, e que quando se licenciam para tratamento sofrem com a redução do salário, atualmente defasado.

Em apartes, os vereadores Marcos Henriques (PT), Thiago Lucena (PMN), Milanez Neto (PTB), Lucas de Brito (PV) e Helena Holanda (PP) corroboraram com as palavras de Humberto Pontes e elencaram diversos problemas na segurança pública do Brasil, tais como a falta de efetivo adequado para garantir uma sociedade segura e o assédio moral sofrido por policiais, que muitas vezes são transferidos para regiões distantes por querelas com personalidades influentes.