Parlamentar questiona informações sobre acidente ambiental no Rio Gramame

por Clarisse Oliveira — publicado 20/02/2018 21h00, última modificação 01/07/2019 17h30
Marmuthe Cavalcanti (PSD) cobrou transparência sobre quantidade de soda cáustica vazada e possíveis prejuízos ambientais

O vereador Marmuthe Cavalcanti (PSB) questionou, na sessão ordinária desta quarta-feira (21), da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), informações a respeito do vazamento acidental de soda cáustica pela Companhia de Água e Esgotos da Paraíba, a Cagepa, que atingiu o Rio Gramame no último dia 9.

Segundo o parlamentar, há informações divergentes sobre a quantidade do vazamento e sobre os possíveis prejuízos ambientais causados pelo acidente. Ainda segundo o vereador, a mídia noticiou o vazamento de cerca de 40 mil litros de soda cáustica, porém, cinco dias após o acidente, a Cagepa divulgou uma nota contestando a informação e afirmando que apenas uma parte desse volume foi derramado no rio.

“Isso revela o desconhecimento sobre a quantidade exata da substância poluente derramada no rio, ou uma tentativa de diminuir o tamanho do problema, dos prejuízos ambientais e sociais. Inclusive, o governador do Estado chegou a declarar em entrevistas que apenas 10% dos 40 mil litros teriam vazado para o rio e que isso não teria causado prejuízos”, declarou.

O parlamentar quer saber qual a quantidade exata ou aproximada da substância que vazou para o Rio e, se o acidente não causou prejuízos, qual o motivo de peixes e animais aparecerem mortos. “É um insulto à inteligência dos cidadãos afirmar que um acidente ambiental como este não causou prejuízos. E o ecossistema onde o rio está inserido não foi afetado ou poluído? E quanto às famílias de pescadores e a população que vive às margens do rio, não foram prejudicados com a morte dos peixes, com a contaminação da água e do meio ambiente de uma forma geral? Que tipo de assistência a Cagepa vem dando a estas famílias?”, indagou.

Marmuthe ressaltou, ainda, o fato da representação na Paraíba do Ministério Público Federal (MPF) ter acionado o Ibama para realizar perícia e determinar o que a Polícia Federal apurasse o caso. Ele enfatizou o trabalho de assistência da Prefeitura da Capital, que alertou sobre o perigo de usar ou consumir a água do rio, realizou cadastro de pescadores para receberem doações de alimentos e monitora a área afetada.

“A Prefeitura mostrou como se deve agir diante de um grave acidente ambiental, como este do Rio Gramame: diminuindo seus impactos imediatos com ações coordenadas, efetivas e eficientes; respeitando as vítimas e colocando-as em primeiro lugar”, destacou o parlamentar, reafirmando o compromisso de seu mandato com as políticas públicas que combatam a poluição, crimes ambientais e consequências do mau uso dos recursos hídricos e naturais.