Parlamentares debatem negociação da Prefeitura com Guardas Municipais e servidores da Saúde
O líder oposicionista Marcos Henriques (PT) anunciou a iminência de deflagração de greve dos guardas municipais e servidores da Saúde. O parlamentar abriu os discursos em tribuna, na sessão ordinária da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) desta quarta-feira (14), informando que, desde o dia 4, os sindicatos das categorias aguardam retorno do Executivo quanto às negociações realizadas. O assunto também foi repercutido pelo líder situacionista, Milanez Neto (PTB), que justificou o atraso da resposta aos trabalhadores, e pelo vereador Leo Bezerra (PSB), que endossou a cobrança realizada pelo colega de oposição.
“Hoje, às 15h, terei uma reunião com os sindicatos dos segmentos. A intenção era levar aos trabalhadores propostas da Prefeitura quanto às negociações que iniciamos. A Guarda Municipal (GM) e os profissionais da Saúde aguardam retorno do Executivo desde o dia 4 deste mês, mas confesso que o diálogo está por um fio. Uma negociação pressupõe boa fé. Há três anos que a Prefeitura não negocia com os guardas, nem com os profissionais da Saúde. Pior do que não conversar é ter o diálogo e não mostrar intenção de resolver”, lastimou Marcos Henriques.
Segundo o líder oposicionista, questões referentes ao Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) e ao índice salarial dos profissionais são as mais urgentes entre as reivindicações dos trabalhadores da Guarda Municipal e da Saúde. “Além disso, dei entrada em um Projeto de Lei a partir do qual pretendemos incluir os nutricionistas no quadro municipal da Saúde”, adiantou.
Ao justificar que a Prefeitura tem dialogado com os profissionais da Saúde e os guardas municipais, Milanez Neto destacou que o País vive uma crise econômica e que João Pessoa tem conseguido progredir diante da adversidade. O líder governista destacou que o avanço não é apenas numerário, e que nenhum gestor conseguirá fazer tudo que se exige ou deseja.
“A cidade é uma ilha diante desse cenário [nacional]. Vamos avançar com os pés no chão, não apenas focando nos prazos, mas no que será possível realizar. Nos últimos anos, avançamos ao discutirmos pautas dos agentes de endemias e de saúde, como também o armamento da GM. Temos construído soluções importantes, e o avanço para o trabalhador também está em melhores condições de trabalho, está nas três novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), novos Postos de Saúde da Família (PSFs), e na inauguração de novas praças, proporcionando bem estar e qualidade de vida à população”, exemplificou Milanez Neto.
O destaque na fala de Leo Bezerra foi que, segundo ele, nenhuma reivindicação realizada pelos vereadores na última visita realizada ao Ortotrauma de Mangabeira, o Trauminha, foi resolvida e que, por isso, há de se aceitar que existem pontos a serem acertados na Gestão Municipal. “Qual o problema em assumir os erros da Gestão? Tem muita gente nesta Casa para elogiar. Somos apenas seis na oposição, precisamos apontar as falhas. Estou aqui não para criticar apenas, mas para cobrar e solicitar. Só não venham me dizer que existem apenas flores na gestão de Luciano Cartaxo (PV)”, alertou parlamentar.
“Pior do que não conversar, é ‘levar na conversa’. Não se deve usar ações positivas e fechar os olhos para as omissões, falhas ou insuficiências da Gestão. Cartaxo tem se notabilizado por ‘levar na conversa’ as categorias profissionais do município. Foi assim na Saúde. Quais os avanços obtidos com os guardas, os trabalhadores informais, os servidores da Educação? Vi várias vezes Marcos Henriques ir atrás de secretários, pois o prefeito é inalcançável. Sou testemunha das várias tentativas do líder oposicionista de dialogar com a Prefeitura”, relatou Bruno Farias, em aparte.
Também realizaram apartes os parlamentares Humberto Pontes (Avante) e Raíssa Lacerda (PSD). Ambos afirmaram terem participado de reuniões com secretários da Prefeitura e categorias trabalhistas, na tentativa de atender reivindicações dos servidores municipais.