Parlamentares debatem sobre irregularidades na Funjope
Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na manhã desta quinta-feira (27), os vereadores Marmuthe Cavalcanti (PSD) e Sandra Marrocos (PSB) travaram um debate em torno de denúncias sobre a atual gestão da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope). O parlamentar Marmuthe Cavalcanti (PSD) defendeu a direção de Maurício Burity à frente da Funjope e a vereadora Sandra Marrocos (PSB) ratificou denúncias que apresentou semana passada.
O vereador Marmuthe defendeu a gestão de Maurício Burity à frente da Funjope, alegando que não existe nenhuma irregularidade na realização do projeto cultural “Sabadinho Bom”, nem na contratação de artistas.
“A gestão de Maurício Burity acontece dentro da legalidade. O gestor é uma pessoa proba e ética. Todas as contratações de artistas acontecem sob os preceitos da Lei da Licitação, respeitando os critérios técnicos e administrativos. Não houve favorecimento de empresas, nem erros nos valores pagos nas contratações de artistas nesta cidade”, defendeu o vereador.
Marmuthe Cavalcanti defendeu a direção da Funjope.
Marmuthe ainda fez questão de destacar que a atual Gestão Municipal de João Pessoa é considerada uma das mais transparentes do Brasil em relação à administração dos recursos públicos. Ele questionou os investimentos realizados pelo Governo da Paraíba na Cultura e o interesse da vereadora na defesa do segmento do samba na cidade.
“São denúncias irresponsáveis que a senhora apresentou nesta Casa. Será que é porque seu genro é um dos representantes de um grupo de samba chamado 'Pura Raiz'? Por que esta defesa tão ardente? É um engodo dizer que Maurício Burity não é acessível. Maurício enviou um e-mail para a senhora explicando cada ponto questionado”, falou o parlamentar, que ainda questionou a gestão da vereadora diante da Fundação Estadual da Criança e do Adolescente Alice Almeida (Fundac), alegando que houve reclamações sobre sua administração.
Vereadora rebate questionamentos
“Vereador, esta denúncia foi passada para Vossa Excelência e o senhor não trouxe para esta Casa. Então me procuraram e eu trouxe. Quando vi que o senhor vinha falar, pensei que haveria uma voz que ia ecoar com a minha, mas me enganei. Eu achava que o senhor defendia o samba. E sim, o meu genro faz parte de um grupo de samba e é o melhor flautista desta cidade e da Paraíba. O projeto do grupo 'Pura Raiz' faz samba em nossa cidade e muito me orgulha”, destacou a vereadora.
Sandra Marrocos perguntou qual a contribuição do vereador Marmuthe para a área do samba na cidade e questionou qual a razão de diversas ações na área de Cultura, tais como, “Circuito das Praças”, “Festival Internacional de Música” e o “Carnaval Tradição” sofrerem com o que nomeou de “descaso da Funjope”. A parlamentar afirmou que em novembro do ano passado realizou, com investimentos próprios e de diversos artistas, o “Dia do Samba”, na Feirinha de Tambaú, e que o projeto “Pura Raiz” vem incentivando os artistas do samba de todo o Estado. “Como pode um investimento na área da cultura reduzido de R$ 16 milhões para R$ 12 milhões representar uma atenção desta Gestão Municipal neste setor?”, indagou a vereadora.
Sandra Marrocos tem questionado na CMJP a gestão das políticas culturais em JP.
Em relação a sua gestão na Fundac, a vereadora falou que defende uma política socioeducativa para lutar contra o crime organizado e o narcotráfico. De acordo com ela, durante sua passagem na Fundac, diversos adolescentes privados de liberdade conseguiram participar de eventos intelectuais, educativos e culturais do País e foram bem sucedidos.
“Consegui a Progressão de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) da Fundação e vale transporte para os servidores. Não houve nenhuma rebelião e infelizmente aconteceram três mortes. A política socioeducativa é um grande desafio e o sistema carcerário precisa ser reavaliado. Não tenho 'rabo de palha' e não deixo nada às escuras. Nenhuma fala irá me desqualificar. Minha história é limpa e íntegra, não me vendo e não me dobro”, afirmou a vereadora.
Relembrando as denúncias
Na semana passada, Sandra Marrocos revelou que os sambistas da cidade lhe relataram um possível monopólio empresarial na contratação de atrações para o projeto cultural “Sabadinho Bom”. Na última terça-feira (25), a vereadora também mencionou divergências entre os valores pagos a artistas locais e os declarados no Portal da Transparência. Ela garantiu que vai acionar os órgãos responsáveis para apurar o caso.
“Solicitarei a ‘CPI da Funjope’ no momento certo. As oficinas nos Centros da Juventude foram extintas e o circuito das praças também. Além disso, faz três anos que o edital do Fundo Municipal de Cultura não acontece. Por que o Carnaval Tradição e as quadrilhas juninas não têm mais apoio? Artistas de diversas manifestações culturais já me procuraram, e eu estou com eles. Além disso, a Funjope ainda não me respondeu o requerimento no qual solicitei informações sobre o pagamento dos cachês e o monopólio das apresentações no Sabadinho Bom”, relatou a vereadora.