Parlamentares devem servir ao povo, diz líder oposicionista

por Érika Bruna Agripino — publicado 26/04/2016 21h00, última modificação 05/07/2019 09h27
Renato Martins (PSB) avaliou que os embates ocorridos recentemente no Parlamento foram consequência do desrespeito praticado contra o Regimento Interno da Casa

O vereador Renato Martins (PSB) se pronunciou na sessão ordinária desta quarta-feira (27), na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), refletindo sobre os embates ocorridos recentemente no Parlamento. O líder oposicionista afirmou que, desde o âmbito municipal até o contexto federal, há demonstrações de que os políticos não estão servindo ao povo. “Isso tem gerado as tensões”, disse.

Renato Martins lembrou que, neste mês, os brasileiros assistiram a uma votação em que, segundo ele, prevaleceram os interesses daqueles que ocupam cargos no Congresso Nacional. O vereador relacionou a situação do País com a realidade da Capital paraibana e assegurou que há indícios de que o Legislativo pessoense está se pautando conforme o que determina o Executivo Municipal.

[citacao] Os políticos estão votando pelos seus próprios interesses, enquanto a população sofre com os serviços precários, sem transporte, sem saúde, sem emprego, sem ter o que comer [/citacao]

“A cada dia que passa, esta Casa está servindo mais ao prefeito Luciano Cartaxo (PSD) e menos ao povo, aos problemas verdadeiros pelos quais o povo passa cotidianamente. Os políticos estão votando pelos seus próprios interesses, enquanto a população sofre com os serviços precários, sem transporte, sem saúde, sem emprego, sem ter o que comer. Eu tenho tanto nojo disso quanto o povo tem do que aconteceu no Congresso Nacional, e vou continuar denunciando como essa união entre a bancada e o prefeito é onerosa para a cidade”, lamentou.

O líder oposicionista na CMJP explicou que o tom da bancada tem sido consequência do desrespeito praticado contra o Regimento Interno da Casa. “Fomos à Justiça para que se instale uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que esperamos há quase dois meses, para investigar denúncias de desvios nas obras da Lagoa. É preciso lembrar que R$ 6 milhões foram retirados da população pessoense somente em um transporte fantasma de lixo para o aterro sanitário”, assegurou.

Renato Martins ainda criticou a realização de uma reunião da Comissão de Políticas Públicas (CPP) da CMJP, na última segunda-feira (25), para tratar de um ofício da Caixa Econômica Federal se posicionando a respeito de um contrato de repasse firmado com o Município e refutando possíveis irregularidades apontadas pela Controladoria-Geral da União (CGU) nas obras da Lagoa do Parque Solon de Lucena.

“Por interesse do prefeito, vimos nesta Casa a exibição de uma propaganda do Governo e o uso de um ofício que não tem embasamento, apenas para tentar desqualificar o relatório da CGU com laudos técnicos e documentos irrefutáveis. A CGU reiterou que não trabalha com achismos e que houve sim superfaturamento. As explicações estapafúrdias do Executivo Municipal não tocaram nem de raspão nas questões levantadas”, concluiu.