Parlamentares pessoenses divergem sobre greve geral desta sexta-feira (14)
Greve geral convocada para esta sexta-feira (14) foi tema de debate, durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) desta quinta-feira (13). O vereador Marcos Henriques (PT) conclamou a população a participar do que chamou de “grande luta contra a Reforma da Previdência e o contingenciamento do Orçamento da Educação”. O vereador Carlão (DC) rebateu a convocação do petista, alegando que a paralisação é “apenas um movimento ideológico esquerdista, orquestrado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT)”.
“Amanhã faremos uma paralisação geral, contra uma Reforma da Previdência criminosa, que estão querendo perpetrar em nosso país, para encher os bolsos dos banqueiros e deixar os pobres sem poderem se aposentar. A greve também é contra o contingenciamento orçamentário da Educação. Conclamo todos os trabalhadores a participarem desse dia de luta”, convidou Marcos Henriques.
O vereador petista lembrou que, na última terça-feira (11), abordou o que chamou de relação promíscua entre juiz e procuradores da operação Lava Jato. Ele afirmou que surgiram novas mensagens, agora incluindo o ministro do STF Luiz Fux. Segundo o parlamentar, em uma das mensagens trocadas com o procurador Deltan Dallagnol, em abril de 2016, na qual este afirma ter tido conversa reservada com o ministro do STF Luiz Fux, que lhe assegurara poder contar com ele para o que desse e viesse, Moro responde de forma jocosa, com uma fina ironia, que jamais revelara em público.
“Todos sabiam que se não prendessem Lula, hoje o teríamos como presidente. Estão falando de ilegalidade dessas interceptações, sem lembrar que eles sempre interceptaram as conversas entre Lula e Dilma, para apimentar as movimentações na época. Está claro que Moro não era isento, ele influenciava todo processo junto com seu parceiro Deltan Dallagnol. Tudo foi forjado, e o país está em verdadeiro lamaçal”, afirmou Marcos Henriques.
Em aparte, o vereador João Almeida (Solidariedade) voltou a defender o Estado Democrático de Direito, a segurança jurídica e a imparcialidade da Justiça. “O que está acontecendo é um absurdo. A pior ditadura é a do judiciário, porque não temos a quem recorrer. Não podemos permitir negociação entre julgador e acusação ou defesa. A falta de imparcialidade na Justiça é um crime contra a dignidade humana”, arguiu.
Ao finalizar seu pronunciamento, o vereador Marcos Henriques alegou que toda a orquestração da operação Lava Jato deixou o país com um presidente desequilibrado e desqualificado, que junto com os intitulados patriotas estão entregando as riquezas minerais do país: os aquíferos, o petróleo e a Amazônia.
Carlão pede para população não aderir à greve
O vereador Carlão usou a tribuna para rebater a convocação do vereador Marcos Henriques. “Estou aqui para desconvidar todos para essa greve geral, orquestrada pelo PT e pela CUT. Amanhã os servidores desta Casa estarão trabalhando, inclusive teremos um debate muito importante sobre o problema das drogas em nossa sociedade”, reagiu. “Esse é um chamamento covarde, que a esquerda faz para perpetuar a pouca educação que deixou para nossos jovens. Uma paralisação com um fundo ideológico para levar o país mais para baixo. Esse país não pode parar, tem que avançar e crescer”, enfatizou.
Carlão alertou que a população precisa estar atenda a problemas como os causados pelas drogas, que, segundo ele, são um mal que assola toda sociedade e que precisa ser discutido independente de ideologia política ou religião. “Com esse problema tão grave assolando nossa sociedade, chamam a população para uma greve geral. Será que esse é um momento de greve geral? Será que estão querendo prender Moro e soltar Lula? Será que não foi verdade o ‘Petrolão’, o pagamento de deputado e toda corrupção que assolou nosso país? Estão querendo soltar os corruptos e prender quem os prendeu?, questionou.
O parlamentar ainda fez questão de destacar a necessidade de se apostar no sucesso do país. “Este país esteve em regime de esquerda ou centro esquerda por 30 anos. Essa grave não é do povo brasileiro. Os patriotas estão trabalhando pelo país, eu acredito nesse movimento patriota”, declarou Carlão.