Projeto de Lei quer incentivar doação de cordão umbilical para fins de transplante de medula óssea

por Rafaela Cristofoli — publicado 29/06/2017 21h00, última modificação 05/07/2019 13h33
A matéria apresentada pela vereadora Eliza Virgínia (PSDB) prevê que os profissionais de saúde da rede pública orientem as gestantes sobre os benefícios da doação

Doenças graves como leucemia, linfoma, anemia congênita e outras enfermidades do sistema sanguíneo e imune podem ser tratadas através do transplante de medula óssea. No entanto, a probabilidade de um paciente que precisa deste procedimento encontrar um doador compatível é de uma em cada 100 mil pessoas, em média.

Pensando em ampliar as chances de cura dessas pessoas, a vereadora Eliza Virgínia (PSDB) apresentou um Projeto de Lei na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) que visa a incentivar as parturientes atendidas no sistema público de saúde da Capital a recolherem o cordão umbilical para doar.

O sangue do cordão é uma das fontes de células-tronco para o transplante de medula óssea, e este é o único uso deste material atualmente”, justificou Eliza. “No Brasil, mais de 90% dos cordões são descartados, e com eles se vão milhões de células-tronco capazes de gerar todos os tipos de tecidos e órgãos do corpo”, completou a parlamentar.

O projeto prevê que a Secretaria Municipal de Saúde seja responsável por criar um banco com os dados dos futuros doadores e enviar as informações para o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) e para a Rede BrasilCord, que conta com 13 bancos públicos de sangue de cordão umbilical. A ideia é que a Secretaria também incentive a rede privada de saúde a adotar as mesmas medidas.

Eliza explicou que quando os pais de um bebê recém-nascido doam o sangue do cordão umbilical para um Banco Público, o material pode ser utilizado por qualquer paciente que necessite de um doador para realizar o transplante. Não vale a pena jogar ou guardar algo que poderia ajudar outras pessoas. Doar é um ato de amor”, reforçou.

Doação voluntária de medula óssea

De acordo com dados do REDOME, atualmente existem 4,3 milhões de doadores voluntários de medula óssea cadastrados no Brasil e aproximadamente 850 pacientes em busca de doador não aparentado. A Paraíba possui quase 62 mil doadores cadastrados e 175 pacientes buscando doador compatível. Para se cadastrar, o doador precisa ter entre 18 e 55 anos, gozar de boa saúde e procurar o Hemocentro/PB.