Proposta de intervenção na Falésia do Cabo Branco é falha, cara e pouco discutida, diz vereador

por Haryson Alves — publicado 17/10/2016 22h00, última modificação 18/07/2019 16h04
Lucas de Brito (PSL) pediu que haja debates com especialistas, doutores, oceanógrafos, geógrafos e sociedade civil organizada

O vereador Lucas de Brito (PSL) pediu que haja debates com especialistas e a sociedade civil organizada a respeito dos problemas decorrentes do processo de erosão na Falésia do Cabo Branco. Segundo o parlamentar, embasado em dados da Associação Amigos da Barreira, a proposta do Executivo para intervenção na área é falha, cara – R$ 82 milhões para implantar oito talha-mares – e foi pouco discutida, o que poderia acarretar danos ambientais na região.

Durante seu discurso, na sessão ordinária desta terça-feira (18), na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), Lucas de Brito listou os problemas apontados pela Associação Amigos da Barreira na proposta de intervenção na Falésia.

“A implantação de oito quebra-mares de 2.600 metros vai custar R$ 83 milhões aos cofres públicos municipais. Isso vai ser caro e poderá diminuir a dinâmica da praia, tanto que pode acarretar a impossibilidade de banho na praia do Cabo Branco, por exemplo”, informou o vereador.

Lucas de Brito também salientou que o projeto apresentado pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) deveria ser precedido de estudos e relatórios prévios de impacto ambiental.

 

“O projeto do Executivo ficou pronto antes dos estudos de impacto, o que simboliza um erro tamanho. A respeito do processo licitatório para as obras de intervenção na Falésia, dada a complexidade da região, que envolve aspectos ecológicos, as dinâmicas do mar, da maré, entre outras questões, qualquer estudo de impacto com menos de um ano seria outro erro”, avaliou.

Outro ponto elencado pelo vereador foi a ausência de transparência da PMJP no processo de licenciamento prévio por parte de órgão ambiental para interferir na área da Falésia.

“Essa série de problemas revela que a questão precisa passar por um debate público com especialistas no assunto, como doutores, geógrafos e oceanógrafos, pessoas capacitadas para sugerir a intervenção adequada na Falésia do Cabo Branco”, sugeriu Lucas de Brito.

O parlamentar lembrou que tanto a Barreira do Cabo Branco quanto a Praia do Seixas são reconhecidas como patrimônio da Paraíba, de interesse ecológico e tombadas pelo Estado.