Público lota largo de São Francisco na abertura da I Mostra Walfredo Rodriguez
O Largo da Igreja de São Francisco, no Centro Histórico da Capital, foi palco na noite desta sexta-feira (9) da abertura da I Mostra de Cinema Walfredo Rodriguez. O evento, que teve início às 19h, é realizado pela Prefeitura de João Pessoa, através da sua Fundação Cultural (Funjope), e conta como parceiros o Fórum Setorial do Audiovisual Paraibana e a Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP). Na primeira noite da mostra, foram exibidos para um pátio lotado o curta-metragem “Crua”, do diretor Diego Lima, e o longa “Rebento”, do diretor e roteirista André Morais - este último já participou de festivais pelo Brasil. A produção “Crua” retrata o dia a dia e vida das prostitutas do Pavilhão do Chá, no Centro da cidade, e conta com mais de 60 atores e atrizes.Com um elenco de mais de 40 atores, “Rebento” mostra a vida, em um dia, de uma mulher no Sertão da Paraíba, suas dificuldades, superação e a sobrevivência numa área tão castigada pela seca. O longa foi lançado em janeiro deste ano, já circulou em vários estados brasileiros e no exterior, onde recebeu vários prêmios. Para o presidente da Câmara, vereador Marcos Vinícius (PSDB), a I Mostra de Cinema eleva o nome da Capital paraibana na produção audiovisual, fortalece o trabalho de jovens diretores e roteiristas, bem como garante um mercado de trabalho para atores e atrizes iniciantes. Marcos acredita que a cidade ganha muito com a realização de um festival como esse. “A Câmara, como uma instituição do povo, que sempre pensa na coletividade, na valorização da cultura, na defesa dos direitos da sociedade e defende uma cidade cada vez melhor e mais evoluída, não poderia, de forma alguma, estar de fora de grandes programações culturais como a Mostra Walfredo Rodrigues”, argumentou o presidente da Casa Napoleão Laureano.O diretor-executivo da Funjope, Maurício Burity, também falou orgulhoso da Mostra e fez questão de enaltecer apoios importantes de instituições, como a Câmara dos Vereadores de João Pessoa, da Prefeitura e grupo de empresariado. Ele informou que, de 2013 para cá, foram produzidos 38 filmes através de recursos do Edital Walfredo Rodriguez, num valor total de R$ 9,4 milhões. De acordo com Maurício, a Paraíba é um celeiro de grandes artistas e a intenção da gestão municipal é manter essa cadeia produtiva de produções locais, gerando empregos diretos e indiretos. “Hoje é uma data importante, pois trata-se do reconhecimento desses diretores, roteiristas e artistas que trabalharam arduamente”, comemorou. Os diretores Diego e André destacaram a importância da mostra para fortalecer e consolidar as produções cinematográficas, genuinamente, paraibanas.Mostra segue neste sábado (10) e domingo (11) A CMJP, que apoia a mostra, vai exibir, neste sábado (10), três curtas: o experimental “Moído”, do premiado Torquato Joel; a ficção “Hosana nas Alturas”, tendo como diretor estreante procurador Eduardo Varandas; e “Stanley”, outra ficção, sob a direção de Paulo Roberto. As exibições acontecem no plenário Paulo Carrilho Milanez (anexo 1 localizado em frente ao prédio sede do Poder Legislativo Municipal), a partir das 16h, com entrada gratuita e recomendado para maiores de 18 anos. No mesmo dia, ainda haverá, às 9h, no Hotel Globo, uma mesa com o tema “Roteiro Audiovisual”, que terá como debatedores Aleksei Abib (SP), Inês Figueró (SP) e Marcel Vieira (UFPB). A programação continua na Casa da Pólvora, às 14h, com o workshop “Plano de Negócios e Captação de Recursos para Obra Audiovisual, ministrado por Carla Francine. Na Usina Cultural da Energisa também terá exibição de filmes durante a noite. Até domingo (11), haverá exibição de outros curtas e longa-metragens, produzidos com recursos do Edital Walfredo Rodriguez, além de workshops, debates e laboratórios, que fazem parte do AnimaCentro. Quem foi Walfredo Rodriguez É considerado o pai do cinema paraibano. Fotógrafo, testemunhou o crescimento da Capital paraibana em filmes negativos, que mostram a evolução de João Pessoa, desde a época que a cidade ainda se chamava Parahyba do Norte. No ano de 1921, o cineasta começa a andar pela região nordestina, concluindo essa trajetória somente em 1928.Walfredo é considerado pela crítica como um marco etnológico do cinema brasileiro, sendo pioneiro por retratar a cultura nordestina sem a ótica do exoterismo.