Reconhecimento do trabalho feminino: CMJP pode ter Galeria Creusa Pires

por Clarisse Oliveira — publicado 01/11/2017 22h00, última modificação 16/07/2019 15h25
Em homenagem às mulheres que fizeram história na Casa Napoleão Laureano, propositura de Raíssa Lacerda (PSD) visa criar um espaço com imagens e informações das vereadores que já passaram pela Casa

Onze é o número de vereadoras que passaram pela Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), contando com as três que hoje possuem mandato e uma licenciada. Para homenagear e reconhecer o trabalho desenvolvido por elas na Casa para a Capital pessoense, a vereadora Raíssa Lacerda (PSD) propôs a criação da Galeria das Vereadoras do Legislativo Municipal, a ser chamada de Creusa Pires.

O objetivo da proposta é homenagear as mulheres que com o seu trabalho legislativo permitiram e permitem o exercício da cidadania, da política, a defesa dos interesses e direitos da mulher como pessoa em todos os setores da sociedade e que lutam pelo cumprimento dos princípios constitucionais.

“É um projeto de grande importância para reconhecer o trabalho feminino na Câmara que, apesar de pequena representatividade, desenvolvem relevantes trabalhos para a cidade, como foi o caso da vereadora Creusa Pires, que contribuiu para o desenvolvimento da Capital. A iniciativa é um reconhecimento do trabalho das mulheres na Câmara e também uma motivação para que mais mulheres se candidatem”, declarou a propositora do projeto.

Segundo Raíssa Lacerda, a representatividade feminina na CMJP está aumentando. Além de ter quatro vereadoras eleitas, é a primeira vez que uma se torna integrante da mesa diretora como 1ª secretária. A parlamentar ressaltou ainda que a criação da galeria já é uma realidade na Câmara Municipal de Campina Grande, que tem como presidente um mulher, a vereadora Ivonete Ludgério (PSD).

Nadja Palitot y Palitot esteve na Câmara por três legislaturas e viu com bons olhos a iniciativa. "É um projeto importante, até por que conscientiza as mulheres a participarem da vida política, que hoje é um percentual mínimo. É uma iniciativa de reconhecimento a todas as mulheres que prestaram grandes serviços para a população, assim como para as que ainda exercem seus mandatos", afirmou a ex-vereadora.

De acordo com a norma, a Galeria Creusa Pires contará com um espaço físico, aberto ao público, abrigando um acervo de fotos e informações correspondentes de todas as vereadoras que já passaram pela Casa, independente de posição que tenham desempenhado ou legislatura. As informações contidas no acervo deverão ser disponibilizadas por meio de arquivos digitais também pela página da câmara.

Vereadoras na CMJP

A primeira vereadora a ocupar uma cadeira na Casa Napoleão Laureano foi Ofélia Gondim Pessoa de Figueiredo, há 44 anos, na 7ª legislatura, durante os anos de 1973 a 1977. Ela foi sucedida por Magdalena Alves Rodrigues, que assumiu na Câmara por dois mandatos consecutivos, na 8ª e na 9ª legislatura, de 1977 a 1988. No segundo mandato de Magdalena, ela foi acompanhada por Sônia Maria Germano de Figueiredo, entre 1983 e 1988.

Na 11ª legislatura, foi a vez da vereadora Creusa dos Anjos Pires Bezerra, de 2001 a 2004. Já Nadja Diógenes Palitot y Palitot assumiu por duas legislaturas seguidas, a 13ª e a 14ª, nos períodos de 2001 a 2008. A vereadora Paula Frassinete Lins Duarte acompanhou Nadja na 14ª, entre os anos de 2005 a 2008.

Entre 2009 e 2012 foi a legislatura (15ª) em que a Câmara teve mais vereadoras, sendo integradas por Eliza Virgínia de Souza Fernandes; Raíssa Gomes Lacerda Rodrigues de Aquino; Maria Sandra Pereira de Marrocos; e Vera Maria de Nóbrega Lucena.

As vereadoras Eliza Virgínia e Raíssa Lacerda conseguem a reeleição na legislatura subsequente até a atual. Já Sandra Marrocos e Helena Holanda se elegeram para 17ª legislatura, no período de 2017 a 2020. A vereadora Eliza Virgínia está licenciada, ela assumiu o cargo de deputada estadual na Assembleia da Legislativa da Paraíba (AL-PB) em agosto de 2017.

Vereadora Creusa Pires

A vereadora Creusa dos Anjos Pires Bezerra começou a trabalhar aos 13 anos, mas não deixou de estudar. Formou-se no curso técnico em Contabilidade pela Academia Paraibana de Comércio. Passou por dificuldades financeiras, porém conseguiu superar todas. Se tornou vereadora e foi reconhecida como uma liderança de renome na defesa dos direitos e garantias da pessoa idosa.

Criou o ‘Clube da Melhor Idade da Paraíba’ e desenvolveu ainda o ‘Grupo de Animação Creusa Pires’, que transitava por hospitais, creches e asilos; o ‘Bloco da Maior Idade’, integrante do projeto ‘Folia de Rua’; e o abrigo de idosos Associação Metropolitana de Erradicação da Mendicância (Amem).