Reforma da previdência volta a ser criticada na Câmara da Capital

por Damião Rodrigues — publicado 03/04/2019 21h00, última modificação 28/06/2019 23h49
Marcos Henriques (PT) afirmou que a reforma vai massacrar o trabalhador e agravar a exclusão social no Brasil

Na manhã desta quinta-feira (4), o vereador Marcos Henriques (PT) voltou a criticar a reforma da previdência, em pronunciamento na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP). Para o parlamentar, a reforma vai massacrar o trabalhador e agravar a exclusão social no Brasil.

“Muita gente acha que está tudo bem, mas não percebe que está acontecendo um processo de exclusão social, iniciado com a reforma trabalhista, que permite ao patrão fazer o que quiser nas negociações com o trabalhador. Acharam pouco, e agora querem massacrar o trabalhador com essa reforma da previdência”, arguiu o vereador.

De acordo com Marcos Henriques, o ajuste pretendido pela reforma previdenciária vai fazer com que, em 30 anos, o país esteja com mais de 15 milhões de desempregados. Ele afirmou que estão tentando desconstitucionalizar a matéria para garantir que ela seja aprovada em votação simples no Congresso Nacional.

O parlamentar deixou claro que, ao modificar o modelo atual da previdência, que é o de repartição – quem contribui paga os benefícios de quem já está aposentado –, para o de capitalização, os aposentados terão perdas drásticas de benefícios. Marcos Henriques explicou que o modelo de capitalização funciona como uma espécie de poupança que o trabalhador faz para garantir a aposentadoria no futuro, “o dinheiro é investido individualmente, ou seja, não se mistura com o dos demais trabalhadores.

O vereador destacou ainda que no Chile, onde a capitalização foi efetivada, houve um aumento significativo no número de suicídios e nos índices de pobreza da população, devidos a perda do poder aquisitivo dos aposentados. “Não podemos fazer uma reforma de forma unilateral. Vivemos um governo de política liberal, que exclui os pobres da economia e não investe em programas estruturantes. Eles defendem ao Estado mínimo. Não levam em conta que o Bolsa Família evitou o êxodo rural e erradicou a mortalidade infantil. Estaremos sempre cobrando melhorias para nossa população”, reforçou.

Apartes

Sandra Marrocos (PSB) afirmou que são os grandes salários que oneram a previdência do país, e que os benefícios dos trabalhadores de pequenos salários representam apenas 30% dos pagamentos. Já Bruno Farias (PPS) defendeu a reforma da previdência, alegando que ela vai contribuir com a desconstrução da desigualdade social no Brasil. “O mundo inteiro fez reforma da previdência, o mundo inteiro usa a capitalização no sistema previdenciário. Queremos o fim dos privilégios dos servidores públicos, maior casta desse país”, defendeu.

Carlão (DC) disse que o país precisa da reforma, pois se investe mais em previdência do que em educação e, com a mudança proposta, será possível investir mais em saúde e educação. O líder da situação, Milanez Neto (PTB), comentou que a reforma da previdência apresentada pelo Governo Federal prejudica os menos favorecidos. “Todos concordamos que a reforma da previdência é importante, mas antes precisamos de uma reforma política para garantir a aprovação do melhor modelo de previdência para nossa população. Não podemos aceitar uma reforma de exceções, temos que garantir regras para todos. Da forma que foi proposta, a reforma prejudica os menos favorecidos”, arguiu.