Trabalhadores informais realizam manifestação na Câmara e recebem apoio dos parlamentares

por Damião Rodrigues — publicado 29/04/2019 21h00, última modificação 30/06/2019 15h54
O vereador Bruno Farias (PPS) anunciou que a oposição da Casa vai realizar uma audiência pública para discutir sobre a situação dos ambulantes

Com as galerias da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) lotadas por ambulantes, o vereador Bruno Farias (PPS) dispensou apoio à luta da categoria, durante a sessão ordinária desta terça-feira (30). Os manifestantes reivindicam o direito de permanecer comercializando no Centro da Capital. O parlamentar anunciou que a oposição da Casa vai protocolar um requerimento solicitando a realização de uma audiência pública para discutir o assunto.

“Na véspera do Dia Internacional do Trabalho, os trabalhadores informais de João Pessoa não têm o que celebrar, porque tiveram suas mercadorias apreendidas e agora lutam para poder trabalhar. Essa é uma manifestação justa e honesta dos ambulantes, que tiveram suas mercadorias surrupiadas, na surdina, pela Prefeitura Municipal de João Pessoa, como quem faz algo ilícito, feito ave de rapina”, reclamou o vereador.

Bruno Farias destacou que a PMJP ainda não se dispôs a ouvir as reivindicações desses trabalhadores, e alegou que a Gestão Municipal virou as costas para eles. “Como é que o Executivo Municipal pode afirmar que é um governo de diálogo se vira as costas para os ambulantes, que lutam por diálogo e não são ouvidos? É evidente que todos querem os espaços do Centro livres, para termos uma cidade organizada, mas essa ação precisa acontecer de forma ordeira e com alternativas para os ambulantes continuarem a trabalhar por seu sustento”, defendeu.

De acordo com Bruno Farias, o prefeito Luciano Cartaxo (PV) foi omisso e negligente ao permitir a ocupação desordenada e irregular dos espaços urbanos da cidade, sem nunca pensar em uma solução com alternativas para os ambulantes.

“Neste dia, faço um apelo à Prefeitura de João Pessoa para que receba os trabalhadores informais de nossa cidade. Não é um favor, é uma obrigação, já que, violando a legislação, trituraram as mercadorias deles e os impediram de trabalhar. O secretário Zennedy Bezerra não quer recebê-los, mas tem que receber, e o prefeito também. Essa questão não é apenas sobre os ambulantes, mas também sobre os espaços livres de nossas calçadas”, arguiu o vereador.

O parlamentar também lembrou que, em gestões municipais anteriores, foram criados espaços para alocar os ambulantes no Centro da cidade e no bairro do Varadouro, tais como o Centro de Comércio e Serviço do Varadouro (CCSV), o Centro Comercial de Passagem (CCP) e os Shoppings Populares Terceirão e 4X400. Ele ainda destacou que o vereador João Almeida (Solidariedade) sugeriu a relocação desses trabalhadores no Shopping da Lagoa, que fechou recentemente.

Contraponto

João Almeida afirmou que a gestão de Luciano Cartaxo se notabiliza pelo diálogo. “Há mais de seis anos estou com Luciano Cartaxo, que tem o histórico de ouvir. Essa Gestão não pode ser maculada por um problema pontual causado pelo secretário Zennedy Bezerra que, inclusive, já alegou que não vai comparecer à Câmara, nem se for convocado pelos 27 vereadores. Precisamos encontrar uma solução plausível, com alternativas para esses ambulantes, que só querem trabalhar”, refletiu.

O líder do Governo na CMJP, vereador Milanez Neto (PTB), enxergou consenso na situação e anunciou que o secretário Zennedy Bezerra já aponta para o diálogo. “Estamos conseguindo consensualizar algo, pois estamos dialogando sobre o assunto. Acabo de receber a informação de que o secretário Zennedy Bezerra está no Centro Comercial de Passagem, em reunião, para encontrar uma solução que sirva para todos ou para a maioria”, revelou.

Ainda da tribuna, Bruno Farias finalizou seu pronunciamento esperançoso. “Já saio daqui com um sopro de esperança. Se o secretário Zennedy Bezerra está conversando, vamos dar um voto de confiança de que a solução será encontrada. Veremos na próxima quinta-feira (2) o resultado dessa conversa. Estou otimista, mas caso a solução não seja encontrada, é sinal de que a Prefeitura está pouco se lixando para a questão. Mas, aqui nesta Casa vocês [ambulantes] encontram um porto seguro, porque essa é uma causa nobre, que merece o apoio de todos. Esperamos que em 48 horas a Gestão Municipal encontre uma solução para os ambulantes de nossa cidade”, reforçou.