Vereador alerta para momento crítico da pandemia e o perigo em flexibilizar atividades
O vereador Marcos Henriques (PT) posicionou-se contra posturas de flexibilização de atividades na Capital em detrimento do aumento do número de mortos devido ao coronavírus (Covid-19) na cidade e em todo o Brasil. “Queria me solidarizar com empresários, pastores e padres. É preciso uma leitura correta da situação. Esta pandemia tem aumentado o número de vítimas. Ontem foram 1840 mortes”, lamentou em relação ao segundo dia consecutivo com a maior média de mortes no País em toda a pandemia, ao abrir os pronunciamentos em plenário, durante a sessão ordinária desta manhã de quinta-feira (4).
O parlamentar repercutiu as previsões do neurocientista Miguel Nicolelis, de que pode se tornar realidade a marca de 3 mil mortes diárias no Brasil nas próximas semanas. “É um dos cientistas mais respeitados do País. Então abrem as igrejas e templos religiosos com respeito aos 30% de lotação máxima. Mas como os cidadãos vão até esses locais? De ônibus. Aqui, as empresas de coletivos estavam fazendo os usuários descerem dos veículos a 200 metros dos pontos de fiscalização. De que adianta fazer toque de recolher com essas posturas?”, problematizou o petista.
Segundo Marcos Henriques, dizer que os ônibus circulam corretamente, que estaria tudo tranquilo na segurança com o cumprimento mínimo dos cuidados contra a pandemia é contraditório com o número de pessoas que vem se contaminando nos coletivos. “Nem álcool em gel tem em todos os ônibus. Prefeito, cumpra o que prometeu, cedendo tablets para que crianças possam estudar de casa. Precisamos viabilizar o ensino remoto. É difícil a gente segurar uma proposta dessas porque são empresários, pessoas de bem que geram empregos, conheço donos de escolas que fecharam. Contudo, é fácil a gente apenas concordar com o senso comum e não avaliarmos o que vem acontecendo em nosso País. Assim estaremos cometendo um erro terrível”, avaliou o vereador.
Para o vereador, a questão não é se contrapôr a ninguém, mas sim priorizar o cuidado com a vida, com a população. “A política negacionista muitas vezes é um reflexo da posição central e está provado que essa negação, que se contrapõe até à ciência, está errada. O Brasil já é o segundo no mundo em número de mortes. As divergências acontecem, os pragmáticos e os humanitários precisam ser respeitados. No momento em que mais precisamos de isolamento, isso não está sendo cumprido. Respeito todos os projetos de flexibilização aprovados hoje na CMJP, pois foram aceitos pela maioria, no entanto, eles vão na contramão daquilo que mais prezo, que é a humanização”, salientou Marcos Henriques.