Vereador apela ao governo da PB resolver interdição do IPC de João Pessoa

por Haryson Alves — publicado 12/03/2018 21h00, última modificação 16/07/2019 14h50
Lucas de Brito (Livres) cobrou o transporte de corpos e a realização de autopsias em prol do direito que famílias têm de fazer a despedida de seus entes com dignidade

O vereador Lucas de Brito (Livres) apelou ao governo da Paraíba por soluções à interdição do Instituto de Polícia Científica (IPC) de João Pessoa. O pedido foi realizado em tribuna, na sessão ordinária desta manhã de terça-feira (13), no Legislativo da capital.

“Famílias paraibanas têm sofrido pela falta de transporte para os corpos de seus entes queridos que faleceram. Além da perda de um familiar, o sofrimento se torna maior por não encontrarem no IPC a prestação de serviços públicos, como o de autopsia”, afirmou o parlamentar.

Na oportunidade, Lucas de Brito conclamou seus pares na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) para que solicitem ao governo do estado providências quanto à interdição da unidade do IPC da capital.

“A gente faz coro aos vereadores para que façam um apelo ao governo do estado para que não se politize o debate, não sejam feitas acusações aos órgãos de controle e que se traga uma solução concreta ao povo paraibano, para que ele possa fazer com dignidade a despedida de seus entes que faleceram. É direito das pessoas sepultar seus familiares”, observou o vereador, que comparou o caso à tragédia de Antígona, no livro Édipo Rei, de Sófocles, em que a personagem sofre para enterrar Policine, seu irmão.

Entenda o caso

Na última sexta-feira (2), o Ministério Público do Trabalho da Paraíba (MPT-PB) realizou uma vistoria no prédio do IPC de João Pessoa, na qual foram encontradas irregularidades, como cadáver exposto a céu aberto, falta de higiene nos locais onde são realizadas as necropsias, equipamentos de proteção obsoletos e com prazo de validade vencido.

A determinação de interdição total do prédio em um prazo de 24 horas foi realizada em coletiva de imprensa do MPT, na última terça-feira (6), estipulando que, até as 16h da quarta-feira (7), todos os funcionários do IPC deixassem o prédio. Sem que seja anulada a interdição, nesta sexta-feira (10), uma decisão do MPT liberou a entrada de funcionários ao prédio do IPC para a tomada de providências administrativas e recolha de material.