Vereador critica falta de planejamento no processo de vacinação em João Pessoa

por Rafaela Cristofoli e Clarisse Oliveira — publicado 13/04/2021 14h42, última modificação 13/04/2021 14h42
Colaboradores: Fotos: Juliana Santos
Marcos Henriques (PT) lamentou tumulto ocorrido no Espaço Cultural, na manhã desta terça-feira (13)

O vereador Marcos Henriques (PT) criticou a falta de planejamento no processo de vacinação contra a Covid-19 na Capital. Segundo ele, houve muita correria e aglomeração no Espaço Cultural, na manhã desta terça-feira (13).

“João Pessoa amanheceu com cenas estarrecedoras, com um corre-corre de pessoas que foram tentar se vacinar no Espaço Cultural. É o que acontece quando a vacinação é feita sem nenhum planejamento”, lamentou o parlamentar.

Marcos Henriques afirmou que recebeu vários relatos de pessoas que aguardaram na fila e não conseguiram ser imunizadas por falta de vacinas. “Tenho muito carinho pelo secretário de saúde Fábio Rocha, mas, ele precisa chamar o feito à ordem. Quantas pessoas podem ter se contaminado nas aglomerações geradas em filas para a vacinação?”, questionou.

De acordo com o vereador, não há uma organização de ordem de chegada e não é razoável que as pessoas esperem horas no sol para receber a vacina. “É preciso disponibilizar uma estrutura que funcione, onde as pessoas sejam tratadas com dignidade. Os cidadãos estão procurando a vacina para resguardar sua saúde, e podem acabar se contaminando nas filas”, alertou.

O parlamentar informou que procurou o Ministério Público para que o órgão pactue com a prefeitura Municipal de João Pessoa um plano de vacinação. “Quando um problema acontece, temos a possibilidade de corrigir. O que aconteceu hoje, não pode se repetir. Só os grandes, as pessoas que querem acertar, admitem os erros para corrigi-los. Fica aqui o pedido de um cidadão, de um vereador, que não quer que isso se repita”, reforçou Marcos Henriques.

Ele ainda sugeriu que a Prefeitura oriente melhor os cidadãos que buscam a imunização e faça uma triagem nos locais de vacinação. “A coisa está solta e gerando aglomerações. Não é razoável que a gente submeta nossos idosos a isso. Precisamos discutir o que é necessário para que isso não aconteça mais”, ratificou.

Em aparte, a vereadora Eliza Virgínia (PP) sugeriu a descentralização da aplicação da segunda dose, hoje concentrada no Espaço Cultural, para evitar filas e aglomerações. Já o vereador Junio Leandro (PDT) solicitou a suspensão do uso de aplicativo para agendamento da vacinação, tendo em vista que nem todos os cidadãos têm acesso à ferramenta. O vereador Coronel Sobreira (MDB) afirmou que o processo de vacinação é uma “operação de guerra”, que exige que mais profissionais sejam envolvidos. Ele sugeriu que servidores de outras pastas sejam designados para a vacinação, inclusive para orientar sobre o uso do aplicativo de agendamento.

Contraponto

O vereador Odon Bezerra (Cidadania) afirmou que a Paraíba tem se notabilizado por ser o quarto estado que mais vacina no Brasil, e que a aglomeração ocorrida no Espaço Cultural se deu devido a informações que circularam sobre a diminuição de oferta e possível falta de vacinas. A esperança depositada pela população no imunizante também foi apontada como motivo para a aglomeração.

Ele trouxe dados mostrando que a Prefeitura da Capital vacinou 1.802 pessoas oriundas da cidade de Cabedelo; 1.132 de Santa Rita e 1.159 vindas de Campina Grande. “A Prefeitura teve consciência do que aconteceu, mas essa responsabilidade não pode ser imputada única e exclusivamente à Administração Municipal. Ela vem de cima, pois não houve fornecimento de vacinas suficientes para a cidade de João Pessoa. Muitas pessoas correram para se vacinar, mesmo não sendo a época. Todos querem se agarrar a esse fio de esperança dado pela vacinação. Precisamos melhorar e o secretário de Saúde vai chamar o feito à ordem para que isso não ocorra”, garantiu.